Manifestações da Imprensa Sobre os Problemas Japoneses
18 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: Imprensa japonesa, jornais e revistas internacionais, NHK, pequenos sites | 2 Comentários »
Diante de problemas tão gigantescos, decorrentes basicamente de acidentes naturais, a imprensa japonesa procura colaborar no sentido de aglutinar o povo japonês, evitando os pânicos. O instrumento principal de comunicação é a NHK, televisão oficial do Japão, que tem a finalidade de ajudar na defesa civil. Todos os jornais, até os que costumam serem críticos com relação ao governo, e as grandes empresas concordam que a prioridade é a assistência às vitimas dos terremotos e tsunamis, mas nos seus editoriais já manifestam críticas às autoridades, principalmente aos responsáveis pelas usinas nucleares de Fukushima.
Na imprensa internacional, há um reconhecimento da magnitude do desastre e o comportamento paciente do povo japonês, mas abundam as críticas às autoridades japonesas e aos responsáveis pelas usinas atômicas que enfrentam as dificuldades que entendem ser da magnitude do terremoto e do tsunami. Noticiam que advertências sobre problemas nas usinas foram alertadas no passado, sem que elas fossem admitidas e medidas de correção tenham sido tomadas preventivamente. Há que se considerar que críticas posteriores aos desastres são fáceis de serem efetuadas, mas ainda faltam sugestões concretas das formas possíveis de se superar as dificuldades. Muitas críticas estão sendo formuladas sobre as formas pelas quais os responsáveis lidam com os problemas, mesmo admitindo que sacrifícios heróicos estejam sendo feitos por um grupo de funcionários.
O que se nota é uma grande ignorância sobre o Japão e o seu povo, até mesmo por parte daqueles que deveriam ter um conhecimento razoável. Lamentavelmente, muitos jornalistas só conhecem parte dos problemas, não tendo uma visão geral que permita uma avaliação mais adequada da situação. O grande problema é que eles expressam suas opiniões ao vivo, por exemplo, nas televisões, podendo provocar pânicos.
Nota-se que existem alguns sites de brasileiros residentes no Japão que, ao lado de algumas notícias que ajudam a esta comunidade como a escala de revezamento do corte de energia elétrica, expressam, até grosseiramente, críticas justas que não compreendem as limitações a que todos nós estamos sujeitos, inclusive autoridades brasileiras ou japonesas.
Todos deveriam saber que existem dificuldades com o racionamento da energia elétrica, falta de combustíveis e dificuldades de abastecimento diante de uma crise desta magnitude. Algumas críticas são justas, mas poderiam vir acompanhadas das sugestões de como resolver estes problemas. Muitos que estão mal acomodados em escolas, ginásios e outros centros lutam com as limitações do cotidiano, como toaletes, banhos, alimentos, aquecimento, combustível, possibilidades de transporte, comunicações, e até fraldas para crianças ou idosos.
Muitos questionam sobre os impactos das atuais dificuldades sobre a economia japonesa, diante do alto endividamento público japonês, ignorando que estão financiados por poupanças dos próprios nipônicos, que financiam até atividades no exterior, que certamente serão transferidas para a reconstrução interna. Outros afirmam que a economia japonesa está estagnada há décadas, mas não avaliam o crescimento das empresas japonesas na China, no sudeste asiático e no resto do mundo.
Os estudos existentes mostram que muitos casos de desastres naturais como o de Kobe, o da Katrina e muitos outros mostram que as reconstruções mais que compensaram as momentâneas quedas do PIB, acabando por provocar uma aglutinação nacional para a superação das dificuldades.
Muitos veículos de comunicação social do exterior ressaltam as tecnologias japonesas que permitiram que os elevados edifícios resistissem aos sismos, mas apontam que as barreiras construídas para conter o tsunami não funcionaram por estarem subestimadas, diante da magnitude do que se observou neste episódio.
Caro Paulo, entendi seu recado para com esse bogueiro grosseiro.
Eu entendo que jornalistas que nunca pisaram no Japão tenham dificuldades em fazer reportagens até em situações normais, quanto mais em um estado de catástrofe.
Falta de informação pode ser perdoada para um jornalista, mas falta de inteligência, não.
Minha revolta em escrever aquele post, partiu daquele que se diz jornalista da Folha , um tal de Fabio Maisonnave que descreveu o seu jeito brasileiro de burlar a falta de aquecimento, usando um secador de cabelo.
Normalmente eu nao me exalto nos meus post, coloco sim, muita carga de ironia e galhofas, mas um idiota muitas vezes tem que ser tratado como tal , e não com humor.
a única jornalista que está fazendo um trabalho realmente profissional é a reporter do Estado de Sao Paulo , a Claudia Trevisan.
Caro Jose Comessu,
Em todas as profissões existem pessoas muito preparadas, como as que se baseia somente em informações superficiais que podem induzir a erros. Estamos tentando esclarecer assuntos de difícil compreensão como o câmbio e fundos de investimentos, relacionados com o Japão atual, como num artigo que vou postar hoje. Por favor, nos momentos de emergência parece que todos podemos ajudar com a cabeça e com o coração, utilizando menos o fígado.
Paulo Yokota