Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Brasileiro Zé Alencar e Suas Lições

30 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: lições deixadas por ele, otimismo, Universidade da Vida

O brasileiro Zé Alencar, doutorado pela Universidade da Vida, deixa um curso completo para todos, até os bacharéis deste Brasil. Ele, Amador Aguiar, Sebastião Camargo e outros grandes líderes que ajudaram a fazer este país não necessitaram de diplomas universitários. Venceram, criaram empregos para os brasileiros, espalharam bem-estar para o povo.

O otimismo era a sua marca, mesmo nos momentos mais difíceis. Tornou-se vice-presidente da República porque já tinha criado o gigantesco grupo Coteminas, mantendo sua sensibilidade para todos quantos trabalham, constroem com preocupações sociais, criticando juros e tributos altos, que prejudicam o aumento da produção.

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Bem brasileiro, sua pinga, a “cachaça do vice” figura entre as melhores deste país, servido até nos almoços da Fiesp. Muito vai se continuar falando, e por muito tempo, deste personagem que, empresário consagrado, foi dar a sua contribuição para a atividade mais nobre de uma sociedade, a Política com “P” maiúsculo.

Ético, destacou-se entre seus pares, preocupado com as coisas relevantes do Brasil. Teve a coragem de falar abertamente mesmo contra o poderoso sistema financeiro, que insiste em transferir recursos do setor produtivo para o especulativo. Sem rancor, até com graça, com conhecimentos profundos e fortes decorrentes das experiências vividas.

O Brasil vai ficar devendo muito a este personagem que só semeou otimismo, plantou comércio e indústria, produziu, criou empregos.

Ele foi decisivo na eleição de Lula da Silva, outro personagem sem curso universitário, um operário metalúrgico, agora reconhecido pela Universidade de Coimbra. Tornou-se o vice-presidente da República que mais contribuiu para a melhoria deste país, com ascensão das classes menos favorecidas, criando um poderoso mercado interno que ele conhecia como a palma de sua mão. Contribuiu no governo com seu equilíbrio, ajudando no que acadêmicos sonharam, mas não conseguiram transformar em realidade.

Parece chegada a hora dos arrogantes “doutores”, formados em cursos superiores, que continuam contando com incompreensíveis privilégios, reconhecerem, humildemente, que pessoas simples como Zé Alencar são mais capazes que eles.

Não se trata de golpe de sorte, mas de muito trabalho persistente, como milhares de pessoas humildes deste nosso Brasil continuam fazendo. São eles que vão tornar este país uma potência, utilizando todos os recursos que dispõe, se não forem impedidos pelas “elites”. Vão desenvolver este país de forma mais justa e sustentável, pois eles vivem a dura realidade.

Não precisamos lamentar a sua perda, pois as lições dadas pela sua vida vão continuar permanentemente conosco.