Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problema da Usina Atômica Fukushima Um

12 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: avaliações internacionais, o problema que ocorreu com Fukushima Um, tecnologia japonesa de usinas atômicas | 6 Comentários »

Como decorrência do terremoto no Japão, seguido do tsunami, diversas usinas atômicas tiveram seu funcionamento suspenso. O problema mais grave ocorreu na usina de Fukushima Um, que sofreu um aquecimento anormal. Isto exigiu que o governo determinasse a evacuação da população de um raio de 20 quilômetros, tornando-se o problema de maior preocupação e urgência naquele país, ao lado do socorro aos atingidos pelo tsunami.

Houve uma explosão de grande dimensão e os técnicos fizeram uma avaliação do que teria acontecido, temendo-se que os equipamentos tivessem sido danificados. Constatou-se que as paredes de concreto que isolam os equipamentos não resistiram ao terremoto recorde de 8,9 graus Richter, seguido do tsunami que fez um grande estrago na região. Isto foi anunciado pelo primeiro-ministro do Japão, e detalhado nas explicações pelo chefe da Casa Civil do governo japonês, numa entrevista transmitida pela NHK para todo o mundo, com a assessoria dos técnicos na matéria.

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Usina nuclear de Fukushima: aquecimento acima do normal

As usinas atômicas japonesas são consideradas as mais seguras pela International Atomic Energy Agency, organismo mundial que controla o uso da energia atômica, com sede em Viena, Áustria. No entanto, o terremoto recente no Japão superou as exigências que exigem que elas resistam, no mínimo, 7 graus Richter. Isto dá uma idéia de quanto o terremoto foi violento no Japão, e certamente vai exigir que as dezenas de usinas atômicas japonesas sejam revistas nos seus projetos, o mesmo acontecendo no resto do mundo.

Mesmo com todos estes problemas, as gerações da energia destas usinas são consideradas fundamentais para o funcionamento de muitos países, e com menores problemas ecológicos, que ficam mais restritos aos depósitos dos resíduos dos materiais utilizados nestas plantas.

As demais fontes de energia, como usinas termoelétricas utilizando derivados de petróleo, gás e carvão mineral são considerados mais poluentes. Os mais limpos são os que utilizam a energia solar e eólica, pois até as hidroelétricas acabam exigindo represas de grande porte que sacrificam áreas verdes.


6 Comentários para “Problema da Usina Atômica Fukushima Um”

  1. Jose Comessu
    1  escreveu às 04:29 em 13 de março de 2011:

    Caro Paulo.

    O terremoto foi reclassificado como de magnitude 9.0, um pouco abaixo do da Indonesia em 2004 que foi de 9.1.

    sobre o usina de Fukushima, após a explosão do reator número 1, está acontecendo problmemas graves como o reator número 3, justamente aquele que usa o MOX, o óxido de plutônio, muito mais radioativo do que o Urãnio.

    Eu sinto que o governo japonês está confuso, pois existem informações desencontradas, funcionários da TEPCO, a Tokyo Power falam uma coisa e o governo japonês outra.

    O fim da picada foi o Naoto Kam pedir ajuda em público do presidente da Toshiba pra ajudar no reparo. o que atesta uma falta de coordenação.

    O risco de acontecer uma Chernobyl está afastada, segundo especialistas, pois o reator japonês apesar de ser do tipo BWR, Boiling Water Reactor, quase similar ao ucraniano, o desenho é mais moderno e não usa controles de grafite como o de Chernbobyl, que alias em abril fazem 25 anos da maior tragedia em usinas nucleares.

    O destino de Fukushima esta nas mão agora da GE=Toshiba que até agora estranhamente não se pronunciou.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 20:34 em 13 de março de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    Estou acompanhando a evolução dos acontecimentos com diversas fontes japonesas e estrangeiras. Agradeço os seus comentários, mas quem já trabalhou em governos e organismos internacionais sabe quais as dificuldades de enfrentar uma emergência como a atual. Postei mais algumas informações sobre os problemas das usinas de Fukushima. Os depoimentos da Agência Internacional de Energia Atômica considera as usinas japonesas e tecnologia de suas empresas como das mais seguras. Mas, certamente houve dificuldades no sistema de resfriamento dos reatores, assunto que vai exigir medidas radicais para o seu controle, tanto na unidade Um como na Três. Isto vai exigir revisões em muitos projetos, alem de aumentar a resistência da população para novos projetos. A queda do Primeiro Ministro pode ter sofrido um atrazo, mas vai acabar acontecendo, pois o seu problema é semelhante ao do Ministro dos Negócios Estrangeiros que já se demitiu. Há críticas de diversas partes, mas ninguem esperava um terremoto de 9 graus na escala Richter, seguido de tsunami, e pelo que estou informado nenhum país enfrentou situações semelhantes, e muitos países dependem de usinas atômicas. Certamente o sistema de resfriamento terá que ser revisto.

    Paulo Yokota

  3. gabriela
    3  escreveu às 18:40 em 25 de março de 2011:

    acredito que o governo japones está escondendo a gravidade da situação, concerteza a população deve estar contaminados mais o governo tenta ''despreocupá-los' porque o governo não esta conseguindo resolver o problema !

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 22:58 em 25 de março de 2011:

    Cara Gabriela,

    Que não está se conseguindo resolver o problema, pode-se concordar. Agora, mas grave que as autoridades japonesas estão apresentando parece difícil de se informar. Todos estão conscientes, técnicos japoneses como estrangeiros, concordam que os desastres foram superiores aos previstos nos projetos iniciais das velhas usinas, como estão sendo desativadas mesmo em países que não apresentam terremotos e tsunamis.

    Paulo Yokota

  5. luan carlos pinotti
    5  escreveu às 07:05 em 4 de abril de 2011:

    lamentavel a tragédia ai no japão vcs tem uma grande história aguentem firme

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 10:17 em 4 de abril de 2011:

    Caro Luan Carlos Pinotti,

    Nós nos encontramos no Brasil, mas morei lá e fui mais de uma centena de vezes para o Japão, que era a minha base para atuar em toda a Ásia. Temos muitos amigos por lá, e esteja certo que japoneses como brasileiros residentes no Japão estão se empenhando, podendo haver um novo surto de desenvolvimento como no pós-guerra, com a ajuda de todos do mundo.

    Paulo Yokota