Radiação Prejudicial à Saúde
23 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: notícias mais tranqüilizadoras ainda que exigindo cuidados, padrões rigorosos utilizados pelos japoneses
Diante das preocupantes informações divulgadas pelas autoridades japonesas, mostrando que radiações foram localizadas em vegetais provenientes da região nordeste do Japão, suspendendo o seu fornecimento, e até de águas que abastecem Tóquio, recomendando que crianças não as utilizem para as suas necessidades alimentares, sempre é conveniente informar, o mais didaticamente para todos, o que está ocorrendo. Muitos veículos de comunicação no Brasil, no Japão e em outros países procuram, com informações objetivas, evitar a possibilidade de provocar pânicos que em nada ajudam a resolver os graves problemas.
O Daily Yomiuri Online publica em inglês artigos esclarecedores, que podem ser melhor compreendidos quando se observa que os limites estabelecidos pelas autoridades japonesas são extremamente conservadoras, dando margens amplas de segurança. Vamos tentar esclarecer com dados médicos brasileiros que os riscos de danos humanos são extremamente baixos, ainda que todos os alimentos e bebidas contaminados devam ser evitados, pois hoje se adota o critério que eles podem ser cumulativos durante a vida dos seres humanos.
Este gráfico ficaria mais claro se fosse efetuado na mesma escala, pois como está esclarecido, a escala utilizada para medir a radiação, um millisievert-mSv equivale a 1.000 micro-sievert – microSv. Os médicos brasileiros entendem que as indicações de exames efetuados por aparelhos mais conhecidos, como o Raio X ou Tomografia Computarizada CT scan, utilizados pelos japoneses são extremamente rigorosos, pois os atuais equipamentos não provocam tais radiações, mas eles podem ser considerados limites de segurança elevados, mesmo quando se considera todas as radiações que foram acumuladas durante a vida de uma pessoa. Em palavras simples, os riscos costumam serem muito mais baixos, como os dados publicados nas revistas científicas norte-americanas.
O Yomiuri informa que foram encontradas radiações em produtos da região nordeste do Japão, cujas vendas foram suspensas. Também a água da rede pública de Tóquio apresenta contaminações mínimas, mas se recomendou que não sejam utilizadas pelas crianças para serem ingeridas, salvo para banhos ou lavagem das mãos.
Àqueles que podem ler em inglês ou japonês recomenda-se que leiam diretamente estes artigos publicados pelo Yomiuri, que fornecem informações mais detalhadas e que são tranquilizadoras, ainda que os problemas sejam graves.
O importante é que em São Paulo o Hospital Santa Cruz atende cerca de 100 vítimas das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, que sofreram terríveis radiações. O mundo aprendeu muito sobre os efeitos da radiação sobre todas as vítimas, cerca de 28.000 delas acompanhadas por mais de 40 anos, e graças a Deus, muitos delas ainda hoje sobrevivem, gozando de boa saúde, inclusive com descendentes sadios.