A Ásia e o Verdadeiro Sentido da Páscoa
20 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: a Páscoa e o sentido do renascimento, mudanças de comportamento ao longo do tempo, outros marcos com o mesmo sentido | 2 Comentários »
A Páscoa é comemorada no Ocidente com forte influência do cristianismo, como um marco do renascimento, com a ressurreição de Cristo. Mas também é comemorado de forma diversa pelos judeus, e sempre se trata de um momento de reflexão para as nossas vidas. Eles comemoram a saída do Egito em direção a Israel, a Terra Prometida. No caso da maioria dos países orientais, predominam outras religiões, mas outras datas acabam tendo sentidos semelhantes, como o reflorescer da vida com a primavera.
Para os sul-americanos que vivem, por exemplo, no Japão, sente-se uma carência da Páscoa como a falta de um Natal, que se tornou somente uma data para promoções comerciais. Os ovos que simbolizam este renascimento não são generalizados nas lojas, ficando restritas somente para aquelas voltadas às pequenas comunidades de estrangeiros ou cristãos, que são minorias.
Mas a florada das cerejeiras que marcam o início da primavera florida também é motivo de uma renovação, principalmente depois de terríveis acidentes naturais que afetaram a todos. Os seres humanos precisam de momentos para marcar a virada de página de suas vidas, deixando as tristezas sepultadas, para recomeçar a sua vida normal. Vendo os noticiários provenientes da Ásia, nota-se que por toda a parte há um reflorescer das esperanças, de vida nova.
Este site, depois de concentrar o foco de suas atenções para os problemas das dificuldades enfrentadas e que continuam sendo enfrentadas pelos japoneses, procurará voltar-se a partir de agora na reconstrução e outros aspectos positivos que marcam não somente o Japão, mas toda a Ásia e os que se relacionam com eles da América do Sul.
A demonstração da solidariedade internacional, aumentando o intercâmbio entre países que possuem conhecimentos tecnológicos diferentes foram todos emocionantes. Com o sofrimento, todos nós precisamos aprender que não vivemos isolados no mundo, e que existem contribuições que todos podem dar.
A quaresma costumava ser o período que vai do Carnaval à Páscoa, com uma atitude de contrição, sem comemorações. Mas o luto já passou, vamos cuidar agora das alegrias proporcionadas pela vida, renovada.
Apesar das limitações a que estamos sujeitos, existem infinitas razões para alegrias. Alguns milhões da população japonesa foram atingidos diretamente pelos desastres, mas os muitos milhões, a grande maioria dos nipônicos, necessitam continuar vivendo, inicialmente envolvidas na reconstrução, e no futuro voltando a contribuir para o bem-estar do mundo.
Sr°Paulo Yokota,
Lembro-me de um renomado economista que falou recentemente que os BRIC já é 1° mundo. Logico no caso do Brasil, como brasileiro já viajei pra Europa (Inglaterra e Espanha) sei muito bem que aqui ainda está muito longe do 1° mundo, talvez o Sul chegue um pouco perto.
No entanto, nunca viajei pra Ásia, mais vi fotos da China nos blogs e sites e fiquei impressionado com os prédios modernos, grandes, ruas impecavelmente limpas, trem bala e até escolas publicas em Beijing com infraestrutura melhores que muitas escolas privadas daqui.
Gostaria de lhe perguntar, se o senhor já considera pelos menos Hong Kong, Shangai e Beijing assim e seus respectivos arredores como 1° mundo. Por quê?
Caro Tiago,
Somos um povo ocidental com conhecimentos centrados na Europa e nos Estados Unidos. Não se trata somente das cidades mencionadas, havendo um destaque para Cingapura. Outros que faziam bloco da antiga URSS hoje estão extremamente avançados. Outros perservam os traços do passado e faces contemporâneas como Istambul. Como somos de um país muito grande, com grande extensão territorial, há uma tendência de ficarmos vendo somente o nosso umbigo. Mas, isto não acontece somente no Brasil. Nos Estados Unidos há pessoas que acreditam que Paris é uma pequena cidade do meio-oeste norte americano. O presidente Bush, o filho, só tinha ido a Paris uma vez, antes de ser eleito, e veja que ele era filho de um presidente, de uma familia abastada. Estamos tentando, neste site, aumentar o nosso conhecimento sobre a Ásia, mas também a reciproca é verdadeira, pois a maioria dos asiáticos só nos conhecem pela Amazônia, carvanal e futebol, neste mundo globalizado.
Paulo Yokota
Paulo Yokota