Perplexidade Econômica Mundial
5 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: conjunto de problemas variados, dificuldades para prognósticos razoáveis, fluxos financeiros, tendências inflacionárias | 2 Comentários »
Os noticiários dos principais jornais econômicos do mundo relatam inúmeras reuniões em vários organismos nacionais e internacionais em muitos lugares. É na OECD, no BRICs, no G7, no G20, no FMI e em muitos países. Todos procuram entender o que está acontecendo de forma complexa e integrada, e estudam medidas que possam minimizar as dificuldades atuais e do futuro próximo. Mas estão todos perplexos, sem um consenso do que pode ser feito para reduzir as distorções.
A atual evolução dos problemas no mundo árabe afeta o mercado de petróleo que deve permanecer num patamar elevado. As dificuldades japonesas acrescentam preocupações e custos com as fontes de energia atômica em todo o mundo. Muitas rotas vitais para os sistemas logísticos mundiais acrescentam riscos e custos. As pressões inflacionárias decorrentes das principais commodities continuam presentes, agravadas pelas demais incertezas.
O sistema financeiro internacional resiste a uma regulamentação, ainda que os fluxos estejam se tornando incontroláveis, afetando os câmbios. Muitos governos estão desgastados politicamente, e com dívidas públicas elevadas. Tudo acrescenta os riscos no mundo globalizado que estava tentando se recuperar.
As autoridades de cada país enfrentam problemas sobre os quais não possuem poder suficiente para neutralizá-los, como os das pressões inflacionárias. Nos organismos internacionais, não se consegue obter um razoável consenso para a tomada de decisões gerais. A desejável cooperação mundial só ocorre em alguns casos extremos, com substanciais conflitos de interesses.
Alguns economistas desejam restrições monetárias ainda que seus danos sobre o crescimento da economia sejam pesados. Outros acreditam que intervenções governamentais podem minorar os problemas com menores custos. A única realidade é que o poder do sistema bancário privado internacional continua intacto, apesar da crise que eles provocaram em 2008. Seus lucros continuam sendo elevados, enquanto o setor produtivo continua arcando com a maioria dos encargos.
Muitas autoridades monetárias, mundo afora, se veem limitados nas suas ações diante da possibilidade das suas economias serem fortemente afetadas pelas violentas mudanças dos fluxos financeiros, nos seus câmbios e seus juros. O que era um instrumento financeiro parece ter se tornado o foco do problema, deixando que a tecnologia, a produção, o bem-estar da população sejam meros apêndices. O poder político parece acuado.
Algo parece fora do lugar necessitando-se de um equilíbrio mais razoável na governança mundial, sem que se saiba ainda exatamente de que forma se possa atingi-lo.
Os banqueiros só visam lucros e não é de hoje. São poucos o que investem parte dos lucros em ações sociais.
Caro Egregora,
Realmente é da natureza de suas atividades. Mas, muitos deirxaram importantes obras para a sociedade, como David Rockfeller.
Paulo Yokota