Apreciação Sul Coreana do Sistema Educacional

9 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: avaliação do ensino no Brasil, entrevista do coreano Sung-Sang Yoo, seminário da Unesco em Brasília | 2 Comentários »

Uma interessante entrevista publicada pelo O Estado de S.Paulo, concedida pelo coreano Sung-Sang Yoo, que participa de um Seminário Internacional de Educação e Desenvolvimento – Integrando Políticas, promovido pela Unesco em Brasília, apresenta alguns aspectos interessantes. Ele informa que o desenvolvimento econômico da Coreia teve o suporte do sistema educacional daquele país. A educação era o centro da construção da identidade nacional, o que o levou a um desenvolvimento sustentável.

A escola serviu como um mecanismo de ascensão social depois da Guerra, pelo uso da meritocracia. A educação privada na Coreia é uma das mais altas do mundo e vem sendo monitorada pelo governo para manter a sua qualidade.

Sung-Sang Yoo com sua filha

Sung-Sang Yoo, que é diretor da ONG Educators Without Borders (uma espécie de educadores sem fronteiras), informou que na Coreia se investe entre 4,6% a 4,8% do PIB em educação, e ele acha que precisa um pouco mais. O Plano Quinquenal Chinês atual tem como meta investir 4%, e no Brasil se fala até de 7% até 2020.

Ele pergunta para onde vai todo este dinheiro, informando que ele não é necessário, mas sim gerenciamento e transparência. Segundo ele, os alunos precisam de envolvimento emocional com a escola e os professores necessitam de monitoramento para manter a qualidade da educação.

No Brasil, existem avaliações de que os recursos alocados para a educação são suficientes, mas são consumidos em atividades burocráticas, com pouco chegando para as atividades fins. O Ministério da Educação, extremamente centralizado em Brasília, exagerada no controle das atividades educacionais que deveriam ficar com as autoridades locais. Observando-se sistemas educacionais considerados eficientes, como da atual China, nota-se que ela está extremamente descentralizada, para atender as necessidades locais que variam por regiões.