As Cautelas do Banco Central do Brasil

6 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: análises melhores do que de muitos economistas dos bancos privados, as cautelas do BC, tendências de redução das pressões inflacionárias | 2 Comentários »

Como temos indicado neste site, as cautelas do Banco Central do Brasil parecem que estão sendo justificadas pelos novos dados que estão sendo divulgados, tanto internamente como no exterior. De forma pouco compreensível, muitos analistas econômicos ligados aos bancos continuaram propondo fortes aumentos das taxas de juros, quando já havia indícios que o nível de atividade interna já passava pelo ponto máximo, acusando um ligeiro recuo nas últimas semanas, aliviando as tensões internas de preços.

Do exterior, como também seria de se esperar, o quadro de recuperação pouco ativa nos Estados Unidos, Europa e Japão mostrava que mesmo os países emergentes vinham moderando o seu crescimento, pois não estavam muito otimistas com a colocação de suas exportações, enfrentando também tensões inflacionárias nos seus alimentos e algumas matérias-primas. As primeiras informações dão conta de uma acomodação dos preços do petróleo e de muitas matérias-primas, bem como de alguns produtos agropecuários.

Mesmo que os preços destes produtos relevantes na economia mundial já estejam em ligeira queda, ainda se encontram em patamares elevados, não chegando a prejudicar as exportações brasileiras. Mas ninguém mais duvida que o pico já foi transposto, devendo acumular um decréscimo no futuro próximo, mesmo com as dificuldades do mundo árabe.

As incertezas acabam inibindo os empresários e os consumidores, ainda que possa haver alguns eventos como o Dia das Mães que sempre apresentam demandas acentuadas, mas para bens de pouco impacto em toda a economia. O que acaba acontecendo é que a população se acomoda rapidamente aos novos cenários, recorrendo às “lembrancinhas”, de forma mais sábia do que os analistas econômicos que parecem defender seus interesses pessoais acima dos da coletividade.

É claro que o governo continua cauteloso e muitos projetos estão sendo acomodados, mas tudo indica que a visão da presidente Dilma Rousseff é melhor que a miopia que toma conta de muitos no mercado, que só pensam no curto prazo. O Banco Central vem executando um bom trabalho, não se impressionando com o lobby que os bancos montam junto à grande imprensa, utilizando também as rádios e as televisões, que precisam contar com suas publicidades.