Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desenvolvimento do Seguro no Brasil

27 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: estudos atuariais, operações internacionais, publicação do Valor Econômico

Uma interessante e oportuna publicação do Valor Econômico aborda os problemas brasileiros relacionados aos seguros, previdência e capitalização, com o título “Tempo de mudanças – novo cenário exige ajustes e inovações”. Apesar da agilidade do setor financeiro brasileiro, nota-se que o segmento de seguros sofre alguns constrangimentos que não o permite que tenha a importância que seria de se esperar, com a adequada inserção no mercado internacional, notadamente no aspecto relacionado com o resseguro.

Poucos são os cursos especializados com os estudos atuariais no Brasil, fazendo com que profissionais de outras áreas ocupem muitas posições na área de seguros, sem uma formação adequada. Apesar de sua importância, nem sempre se contou com o status adequado para a atividade, apesar de alguns pioneiros trabalhos das áreas dos cálculos atuariais e estatísticas especializadas como a demográfica no Brasil. São as únicas realmente confiáveis e que apresentam uma estabilidade no longo prazo.

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O IBGE e a FEA-USP tinham cursos especializados para atuários e estatísticas demográficas, sendo que o da USP ficou interrompido por alguns anos diante da falta de alunos interessados, falha que foi corrigida recentemente. A falta de divulgação adequada entre os vestibulandos mostram que muitos não conhecem a importância dos seguros, fundamentais para o desenvolvimento econômico de qualquer país, onde os riscos sempre existem e precisam ser minimizados com a constituição de reservas adequadas.

A precariedade de alguns mecanismos importantes, como a previdência privada, diante das limitações da pública, deveria contar com alternativas abundantes na economia brasileira. Há os que apontam a insuficiência deste setor na estrutura econômica do país, diante dos exageros de regulamentações inadequadas, coibindo os interesses até de grandes organizações multinacionais, inclusive no resseguro.

Os grandes projetos que estão sendo agora executados, bem como os novos mercados que estão sendo abertos, exigem que os riscos sejam devidamente segurados, não se podendo ficar sujeitos a acidentes que sempre ocorrem. Mesmo atividades meramente privadas poderiam ter seus riscos melhor compartilhados, com custos razoáveis, contando-se com uma escala de seguros compatível com a dimensão da economia brasileira.

Espera-se que estas distorções venham a ser corrigidas com o tempo, pois a sofisticação do setor de seguro está permitindo que os mesmos sejam oferecidos como garantia em algumas atividades públicas. No caso privado, pouco se conhece principalmente nas atividades relacionados com a vida, do seu uso como instrumento para concessões de créditos, ainda que sejam de amplo uso no mercado internacional.