Jornal Nikkei Anuncia Ampliação dos Financiamentos no Brasil
5 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: BOT-Mitsubishi-UFJ no Brasil, empréstimos de US$ 10 bilhões, planos para 2014
Os bancos japoneses já foram mais importantes no Brasil no passado e estão anunciando que voltarão a ter maior presença no mercado brasileiro, mas somente no ano fiscal de 2014. Portanto, daqui a três anos pretendem chegar a empréstimos totais de US$ 10 bilhões, com um crescimento de 360% sobre o volume atual. Por ora, devem aumentar o seu capital social em agosto próximo, atendendo a legislação brasileira. Devem se aproximar em dimensão do HSBC, Citibank e outros norte-americanos e europeus no Brasil.
Historicamente, um dos seus antecessores, o Yokohama Specie Bank, fundado em 1880, chegou ao Brasil no começo do século XX, instalando sua filial no Rio de Janeiro. Foi transformado depois da Segunda Guerra Mundial em The Bank of Tokyo Ltd., especializado em operações internacionais, tendo ajudado o Brasil de forma expressiva. Naquele período, eram os mais importantes financiadores estrangeiros dos grandes projetos brasileiros. Fundiu-se com outros bancos japoneses depois da “bolha” naquele país para chegar ao atual BOT-Mitsubishi-UFJ. Também estão ampliando suas operações na China, dada as dificuldades encontradas atualmente para incremento de suas operações nas atividades internas do Japão.
Prédio do Yokohama Specie Bank, de 1880, agora transformado em museu
Este banco opera agora somente com pessoas jurídicas e está procurando acompanhar a expansão das empresas japonesas e outras estrangeiras no Brasil. A notícia do Nikkei informa que ele espera que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 deva ampliar a demanda das empresas por financiamentos em real.
O anúncio destes planos aparentam ser tímidos no momento, mas muitas de suas operações podem ser realizadas em conjunto com bancos oficiais como o JBIC – Japan Bank for International Cooperation, institutos oficiais de fomento como o JICA – Japan International Cooperation Agency e empresas privadas como as trading companies japonesas, notadamente no financiamento do fornecimento de equipamentos para projetos brasileiros.