Novas e Alvissareiras Parcerias Internacionais
10 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: ampliação das atividades da Coteminas, complexos arranjos para parcerias internacionais, participação da Mitsui
Os jornais Valor Econômico e O Estado de S.Paulo noticiaram com grande destaque as ampliações das atividades do Grupo Coteminas, uma das gigantes brasileiras no setor têxtil, com a constituição da Cantagalo General Grains S.A. Visaria a produção de grãos como a soja, bem como algodão que é uma das suas matérias-primas. Associada a outros grupos, já iniciaria com a produção em mais de 150 mil hectares, espalhadas nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Piauí.
Entre suas parceiras estratégias estaria a Estreito Agrícola, que manteria parceria com a japonesa Mitsui, que teria 100% do controle da Multigrain S.A., processadora e exportadora de soja, milho e algodão. Além de trabalharem com produções próprias, adquiririam produtos de terceiros. Todos os grupos envolvidos são tradicionais e com elevada competência, tendo as condições para um intercâmbio promissor.
Estes arranjos são importantes e procuram aproveitar os talentos dos diversos grupos, treinados nas atividades agroindustriais como de agrobusiness. Mas cuidados deverão ser tomados, pois muitas empresas tradicionais e centenárias nestas commodities acabaram se afastando dos envolvimentos diretos nas produções agrícolas, com razões para tanto.
De outro lado, um apoio importante foi proporcionado pelo governo japonês no desenvolvimento do cerrado brasileiro e, apesar do Japão ser dos maiores importadores de produções realizadas nestas regiões, nunca conseguiu se firmar como uma operadora relevante no cenário internacional.
Certamente todas as limitações devem ter sido estudadas e equacionadas, e todos já possuem experiências brasileiras nos tratos destes problemas. Os conhecimentos das características dos seus controladores também são profundos, como gestões e governanças de empresas complexas envolvendo variadas atividades, nacionais e internacionais.
Há que se saudar que empresas tradicionais estejam estabelecendo mecanismos de parcerias utilizando seus talentos, diante dos crescentes desafios que existem na ampliação de suas atividades para atender as necessidades do mundo globalizado.