Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Produção e Exportação de Tilápias da América Latina

3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia, Saúde | Tags: artigo do New York Times, exportação para os Estados Unidos, facilidade de produção, quantidade de Omega 3

Um extenso artigo da Elisabeth Rosenthal foi publicado no pelo New York Times informando que muitos países da América Central, como a Costa Rica e a Nicarágua, estão criando tilápias em suas fazendas. O peixe, cuja produção está se espalhando por todo mundo, inclusive no Brasil, é originário da África. Parte da criação visa a exportação para os Estados Unidos, cuja demanda está hoje em moda. Como é do conhecimento geral, este peixe é de fácil criação e multiplicação, com variedades que vêm sendo selecionadas pelas pesquisas para ganhar o máximo de peso em menor tempo, utilizando rações que contêm milho e soja, quando originalmente consumiam gramíneas e alimentos dos rios, sendo uma espécie dominante de fácil reprodução natural. Reduzem a possibilidade de sobrevida de outras espécies de peixes tropicais em ambientes como em lagos e rios.

A demanda mundial de peixes vem aumentando por serem considerados produtos saudáveis, ricos em proteína e que contêm Omega 3, considerado o colesterol bom, que contribui para reduzir os colesteróis que contribuem para o aumento de problemas circulatórios, notadamente nos cardíacos. No entanto, as pesquisas estão indicando que o salmão contém 10 vezes mais Omega 3 que as tilápias. Segundo o artigo do New York Times, as condições de sua produção podem gerar algumas contaminações devido ao exagero da sua concentração, fazendo com que certificações de boas práticas estejam sendo exigidas recentemente.

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Muitas pesquisas efetuadas por especialistas em gorduras de peixes são citadas no artigo, mostrando que o assunto está sendo objeto de estudos, principalmente do ponto de vista nutricional e sua capacidade em contribuir para a saúde. Também existem muitas pesquisas do ponto de vista de sua criação em fazendas, onde a sua produtividade e a sua eficiência econômica são os objetos principais.

A sua produção também está ocorrendo na China, que sempre foi uma grande produtora e consumidora de peixes fluviais de menor produtividade que as tilápias, como as carpas, muito apreciadas na culinária asiática.

No Brasil, a aquicultura começou por expandir a criação de trutas, importando-se hábitos europeus, de clima temperado, e que só podia ser feita nas grandes altitudes. Hoje, ocorre uma grande expansão das espécies tropicais de consumo mais amplo, como o pacu, tucunaré, tambaqui e outras consideradas mais saborosas que a tilápia, mas de produtividade mais baixa.

O fato observável, mesmo nos restaurantes e supermercados, é que, além das espécies marinhas de peixes, os fluviais se transformaram em produtos oferecidos e consumidos rotineiramente, contribuindo para uma alimentação mais saudável, pois não contêm gorduras indesejáveis, ainda que o Omega 3 seja relativamente baixo.