Exploração dos Estudantes pela Imprensa
9 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: exploração de estudantes por empresas da imprensa, venda de materiais desatualizados com merchandising
Fora dos padrões deste site efetuamos com este artigo postado um protesto veemente sobre um equivoco provocado pela Editora Globo e pela empresa Valor Econômico que esperamos seja imediatamente corrigidos. Numa “feirinha de livros” promovido pelo Centro Acadêmico Visconde de Cairu da FEA-USP, encontramos algumas pequenas publicações, uma espécie de catálogos, que estavam sendo vendidas pelo absurdo preço de R$ 25,00 cada, equivalente ao de muitos livros de uso dos universitários de conteúdo acadêmico.
Como tinham uma apresentação razoável cuidando de assuntos de interesse geral, adquiri três exemplares diferentes cuidando de comércio eletrônico, seguro e agronegócios. Estas vendas não honram as empresas envolvidas, e constituem um verdadeiro engodo aos estudantes, e devem ser suspensos imediatamente para não comprometer a boa imagem destas importantes instituições.
Primeiro grande erro: estas publicações adquiridas são “encalhes” antigos, pois foram editadas em 2002 e 2003, sobre assuntos que sofrem aperfeiçoamentos constantes atualmente, estando totalmente desatualizadas depois de menos de 10 anos. Os estudantes não podem ser induzidos à compra, por preços absurdos, de estoques que não foram vendidos por ocasião de suas edições, que não se restringem a estes assuntos, mas a muitos outros de interesse generalizado.
Segundo grande erro: algumas destas publicações efetuam “merchandising” de empresas fornecedoras de serviços como a Amazon ou a Submarino ou equipamentos como os da Dell, e deveriam ser oferecidas gratuitamente aos estudantes. A imprensa não pode fornecer informações comprometidas por interesses comerciais para os estudantes.
Terceiro grande erro: os espaços como da FEA-USP são públicos, e estas “feirinhas” são efetuadas para estimular os estudantes a adquirirem publicações de interesse didático, com a ajuda do Centro Acadêmico que recebe parte da remuneração, bem como da Biblioteca que ficou com o direito de receber, na forma de doações, 10% do que for apurado. Possivelmente, os comerciantes que lá atuam são pequenos empresários que trabalham nos chamados “sebos”, mas estão utilizando cartazes de algumas editoras, que devem ser responsabilizadas pelos materiais que editam.
Como os exemplos utilizados referem-se a empresas responsáveis, espera-se que tenham funções que não sejam meramente comerciais, prestando bons serviços para os estudantes, supervisionando os materiais que são comercializados por terceiros, pois tais publicações estão com os endossos das mesmas.