Necessidade e Conveniência do Uso do Bioplástico

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: acelerando a informações sobre o assunto, publicações sobre o meio ambiente, viabilidade imediata do bioplástico

Muitas publicações, suplementos e artigos foram escritos nos últimos dias sobre as medidas que podem contribuir para a melhoria do meio ambiente. Entre as mais práticas, de fácil implementação e extremamente conveniente para o Brasil, é a disseminação do uso do bioplástico, não somente nas chamadas “sacolinhas” que estão se tornando obrigatórias na cidade de São Paulo, mas em todas as demais aplicações dos atuais plásticos derivados do petróleo. Ainda que existam algumas resistências compreensíveis, a tendência é de uma rápida substituição por materiais amigos do meio ambiente, pois a consciência popular está se alterando rapidamente.

A discussão sobre o assunto ainda não ficou afunilada, havendo opiniões que parecem expressar interesses comerciais, como o do desemprego da mão-de-obra atualmente usada na produção dos plásticos derivados do petróleo (como se os bioplásticos não criassem mais empregos) ou necessidade de fazer os consumidores sentirem no bolso a conveniência das mudanças, como estão em artigos publicados hoje no Valor Econômico. Observando-se a consciência da reciclagem de papéis, alumínio, vidros e outros materiais, no mesmo sentido de proteção do meio ambiente, em diversos países, constata-se que as campanhas educativas podem acelerar estes processos de forma acentuada, pois lidar com lixos não degradáveis está ficando com um custo proibitivo, principalmente no mundo desenvolvido.

A atual face mais visível no Brasil é a obrigatoriedade das sacolas utilizadas nos supermercados por outras que utilizam, por exemplo, amidos. O projeto de maior magnitude é o da Brasken, que usa derivados da cana de açúcar, mas outros materiais estão sendo cogitados. Com a rápida evolução tecnológica em curso, muitos materiais de origem vegetal acabarão sendo aproveitados para diferentes finalidades, proporcionando custos cada vez mais competitivos. A própria reciclagem do plástico derivado do petróleo deve ter uma evolução significativa.

O Brasil é um dos países que mais dispõe de biodiversidade, sendo que a cana de açúcar já vem sendo pesquisada e utilizada há décadas, ainda que seus custos ainda sejam elevados. Mas outros materiais, como a mandioca, já estão sendo utilizados na Ásia, sendo certo que a celulose e o papel continuarão sendo importantes.

No conjunto, o menor lançamento de CO₂ em todo o processo acaba sendo considerado, havendo a possibilidade de créditos pelo sequestro do carbono. Os lixos orgânicos brasileiros são considerados como dos mais ricos para a produção de gases que podem ser utilizados. Trata-se de transformar o problema em solução.

Verifica-se, ao longo das últimas décadas, que muitos metais foram substituídos por plásticos de origem petroquímica, como na produção dos veículos. Uma parte deverá encontrar novos usos com a reciclagem, mas outros poderão utilizar plásticos biodegradáveis. Fenômeno semelhante vem acontecendo com os produtos eletrônicos e eletrodomésticos, que estão se tornando rapidamente descartáveis, tendo que se encontrarem formas de reciclagem de suas partes mais nobres, enquanto outras encontrarão novos usos.

Verifica-se que os pneumáticos estão sendo utilizados na pavimentação de estradas e avenidas, com a capacidade de absorver parte das chuvas.

Países emergentes como o Brasil podem fazer uso destas novas tecnologias num prazo mais curto que o imaginado até pelos mais otimistas, usando materiais disponíveis localmente, criando empregos e podendo se destinar aos mercados internacionais.