Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Promoção Cultural do Japão no Mediterrâneo

24 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: atividades intensas, em Aix en Provence, exposição cultural do Japão

Todos sabem que houve um período em que havia um grande interesse dos artistas franceses pelo que chamavam de japonismo (japónisme), envolvendo figuras como Paul Cézanne, que pintaram motivos inspirados em aspectos da cultura japonesa. Existe uma instituição chamada Casa do Japão no Mediterrâneo (Maison Du Japon em Méditerranée), que tem como presidente Olivier Personnic, como deveria ser algumas das similares da América do Sul.

Ela promove neste ano o oitavo evento anual que hoje tem o nome de “Le Printemps Du Japon” (A Primavera do Japão), homenageando a reconstrução depois dos desastres naturais ocorridos naquele país. É uma programação de 15 dias cobrindo os principais aspectos da cultura japonesa, voltada para o público internacional que visita Aix en Provence, que além da população local atrai muitos turistas.

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A programação destaca a cerimônia do chá, fotografias, cultura pop, cinema, caligrafia, conferências, nô, artes marciais, cerâmica, ikebana, cozinha, zen, dança contemporânea e uma série de outros eventos que dão invejas aos sul-americanos que não conseguem promover algo parecido. O evento é apoiado pelo Consulado Geral do Japão em Marselha, mas todos os demais patrocinadores são franceses, inclusive grandes empresas privadas como a Air France, Fnac e entidades culturais da França. Há que se destacar que as empresas japonesas não constam na lista dos promotores, mesmo que artistas e conferencistas vindos do Japão participem do evento.

Esta integração cultural, mesmo num momento difícil para o Japão, quando os interesses mundiais se voltam para a China, mostra que o intercâmbio bilateral é considerado importante. A França, que conta com um expressivo desenvolvimento no uso da energia nuclear, está fornecendo tecnologias para tentar resolver os problemas de Fukushima Daiichi, até porque na sua matriz energética 70% são nucleares, a mais elevada do mundo.

A França e o Japão são importantes em atividades culturais no mundo, e os sul-americanos precisam apreender com estas iniciativas, que não dependem muito das entidades oficias, governo e empresas japonesas.