A China Continua Crescendo Puxada Pela Indústria
14 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: artigo do Financial Times, crescimento chinês continua elevado, perspectivas, puxada pela indústria
Todos esperavam uma desaceleração da economia chinesa diante dos problemas inflacionários que enfrenta como o resto do mundo. No entanto, segundo artigo publicado por Jamil Anderlini, do Financial Times, republicado no Valor Econômico de hoje, no segundo trimestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado, o PIB chinês cresceu solidamente em 9,5%. Muitos temiam um pouso turbulento daquela economia, diante das medidas restritivas de crédito que vêm sendo adotadas pelas autoridades chinesas, depois que a inflação chegou a 6,4% em junho último, tendo o Banco Central daquele país elevado os juros pela quinta vez.
O crescimento anual da economia no primeiro trimestre do ano tinha sido de 9,7%, e o do segundo trimestre foi puxado pela indústria que apresentou em junho 15,1% quando tinha sido de 13,3% em maio. O preço dos alimentos, considerado crucial pelas autoridades chinesas, apresentou um crescimento anual de 14,4% em junho, mas acredita-se que a inflação tenderá a se acomodar. As autoridades chinesas entendem que o combate à inflação é prioritário, pois pode provocar uma insatisfação perigosa dos seus trabalhadores.
As autoridades chinesas se mostram confiantes que a economia vai continuar crescendo substancialmente, mesmo abaixo do que se registrou no passado. Eles tendem a optar por um crescimento decorrente da ampliação do mercado interno, dependendo menos dos investimentos que vieram sendo efetuados. As vendas do varejo cresceram num percentual expressivo de 17,7% em junho, mas abaixo do que vinham registrando no passado.
Este comportamento vigoroso da economia chinesa continua estimulando o resto do mundo, tanto pelo volume de turistas que estão consumindo na Europa produtos que sua população não consegue sustentar como adquirindo matérias-primas em países como o Brasil que continua abastecendo aquela economia, conseguindo preços em patamares altos.
Tudo indica que, como esperavam as autoridades chinesas, está se conseguindo uma desaceleração suave de sua economia, sem choques incontroláveis, contribuindo para que os problemas do resto do mundo também fiquem minorados, ainda que numa magnitude modesta, pois as economias desenvolvidas como dos Estados Unidos, do Japão e da Europa passam por uma fase de dificuldades expressivas.