Economias de Energia no Japão Provocam Transtornos
4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: adaptações que estão ocorrendo, rodízios nas indústrias, transtornos familiares
Ainda que os rodízios das atividades industriais e outras que consomem muita energia no Japão sejam necessários, de forma a evitar os picos de consumo, eles acabam provocando transtornos nas vidas das famílias, entre outros inconvenientes. Algumas pessoas estão sendo obrigadas a trabalhar nos horários noturnos, ou nos fins de semana, inclusive donas-de-casa que trabalham parte do tempo. Os seus maridos acabam escalados para cuidar dos afazeres domésticos, bem cuidar dos seus filhos menores.
Até agora não se observou reações importantes a estas medidas, com uma colaboração de toda a população para enfrentar a crise energética, principalmente em decorrência da suspensão do funcionamento de algumas usinas nucleares, bem como economia de algumas gerações de energias poluentes, mesmo com o calor intenso que se observa neste verão, chegando a se internar muitos idosos.
Usina de Fukushima Daiichi, afetada pelo terremoto e tsunami, é a mais importante do Japão
Ainda que seja um problema técnico, a população entende que o que importa é o pico de consumo de energia, num determinado horário que varia de país para país, pelos consumos industriais coincidindo com os horários de maior utilização doméstica ou de áreas públicas. Assim, as maiores consumidoras de energia necessitam trabalhar quando os consumos são mais baixos, como em determinados horários noturnos ou nos fins de semana, quando outras indústrias estão paradas.
Existem exceções que são respeitadas, como os hospitais e algumas atividades que não podem ter suas atividades interrompidas de acordo com a conveniência do consumo de energia. A grande maioria dos japoneses está colaborando, com o desligamento do ar condicionado e dos aparelhos eletrodomésticos que mais utilizam energia, que já são bem abaixo dos utilizados em outros países. O custo da energia é muito elevado para os consumidores, de forma que estas tecnologias vêm sendo implantadas há décadas.
Muitas famílias necessitam reprogramar parte das suas vidas para a nova situação, mas se espera que estes inconvenientes sejam mínimos, pois a população vem colaborando, fazendo com que o consumo de energia esteja abaixo da meta estabelecida pelo governo. No entanto, as limitações para as atividades econômicas precisam ser minimizadas até que a oferta de energia alternativa e não poluente possam se ajustar às necessidades do Japão.