Recentes Interesses Japoneses no Brasil
11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: estudos das empresas já instaladas no Brasil, linhas recomendáveis, vinda de missões | 2 Comentários »
As dificuldades com os mercados internos em muitos países como o Japão estão obrigando suas empresas a procurarem oportunidades de negócios no exterior, notadamente em países que apresentam um crescimento substancial na sua economia, como os emergentes tipos China, Índia, Brasil e outros países do Sudeste Asiático. Muitas missões empresariais japonesas procuram o Brasil e as empresas já aqui instaladas buscam ampliar as suas atividades. Discussões sobre estes temas ocorrem em diversos fóruns, entre eles o de economia e negócios Brasil-Japão estimulado pelo ex-ministro Shigeaki Ueki, que vem reunindo regularmente os presidentes locais de dezenas de empresas japonesas. Anuncia-se a próxima reunião do Comitê Empresarial Brasil – Japão da CNI e do Nippon Keidanren no início de agosto próximo em Salvador, Bahia, com a vinda de mais de 120 empresários japoneses.
Observa-se o cuidado com que agem os japoneses, pois já passaram por um período que se chamou “Brasil boom” quando centenas destas empresas aqui se instalaram, mas muitas não foram bem-sucedidas diante de uma ampla variedade de problemas. Parece que algumas destas limitações continuam persistindo, ainda que o mundo tenha acelerado o seu processo de globalização, e as empresas japonesas tenham acumulado experiências em muitos países no exterior, inclusive nos emergentes. Os interesses dos brasileiros nas empresas japonesas são limitados, pois existem outras ofertas asiáticas mais agressivas, ainda que suas imagens se mantenham boas.
Um grande número de empresas japonesas continua procurando oportunidades no Brasil com o conceito de complementaridade entre as duas economias, imaginando que o Japão dispõe de fatores não disponíveis por aqui, acontecendo o mesmo reciprocamente. Calculam o seu risco diante da possibilidade da economia brasileira voltar a apresentar dificuldades, tanto de balança de pagamentos como problemas inflacionários com os quais ainda não aprenderam a gerenciar. Mas parece que há que se darem passos adicionais dentro do conceito dos mercados globalizados, onde é preciso estar presente em todo o mundo, para atender também as demandas locais.
Mais da metade do comércio internacional ocorre hoje intra-empresas, produzindo-se muitas vezes algumas linhas em determinados países, para serem intercambiados com outras produzidas em outros países, e, na medida em que isto ocorre, os riscos relacionados com o câmbio, por exemplo, podem ser eliminados, ou no mínimo, reduzidos. A Fiat italiana já se comporta há décadas dentro desta orientação.
Nota-se que produtos japoneses como automóveis de pequeno porte estão sendo produzidos no Japão, quando é nas economias emergentes como a do Brasil é que a sua demanda é mais expressiva, justificando a sua produção local até para ser exportada para outros mercados. Os de maior porte, contam com demandas limitadas no mercado brasileiro, parecendo conveniente serem importadas, diante da escala exigida. Algo semelhante ocorre com os seus componentes e matérias-primas.
O Brasil demanda hoje produtos para atender a classe média emergente, pois melhorou substancialmente a sua distribuição interna de renda, como os veículos de pequeno porte e baixos custos. De outro lado, demanda tecnologia para atender setores como o de infraestrutura, que deverá ainda ser ampliada. Sem a possibilidade de transferência tecnológica do Japão, não há como interessar as autoridades brasileiras nos investimentos japoneses.
Tudo indica que seria conveniente que as empresas japonesas deixassem de se centrar no mercado japonês, passando a ser verdadeiras multinacionais, aproveitando os mercados locais como base para atingir uma escala competitiva e usar o mercado internacional para complementar o que for necessário. Assim, reduziriam os impactos dos riscos cambiais, os altos juros e tributações elevadas que ainda constrangem as produções no Brasil.
Há, lamentavelmente, muito que os japoneses ainda necessitam aprender sobre o Brasil e as culturas empresariais no exterior.
Prezado Sr.Paulo Yokota,
Venho mais uma vez recorrer a sua gentileza em me orientar qual seria o melhor caminho ou pessoa para contato para minha apresentaçao as empresas japonesas que se instalam no Brasil para oferecer algum trabalho, mesmo em regime de part time, pois sou aposentado atuando por 37 anos em uma Multinacional Japonesa que atua no ramo de alimentos, equipamentos de preservaçao do meio ambiente, máquinas automáticas de servir bebidas quentes. Falo fluente ingles e japones.
Contamos com sua gentileza e ajuda,
Atenciosamente,
Akira Pedro Sumi
Caro Akira Pedro Sumi,
Agradeço o seu uso do site, mas infelizmente este assunto não é de minha especialidade. Acredito que V. deve procurar a Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil ou procurar uma empresa especializada em recursos humanos que trabalhem com estas empresas japonesas.
Paulo Yokota