Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reservas de Terras Raras Localizadas no Pacífico

5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cuidados, reservas em águas internacionais, tecnologias para a extração, terras raras | 2 Comentários »

As notícias provenientes do Japão foram disseminadas rapidamente pelo mundo, pois as terras raras são minerais estratégicos cujas ofertas, no momento, estão concentradas em cerca de 90% nas produções chinesas, que restringem suas exportações e são utilizadas as altas tecnologias, principalmente voltadas para a microeletrônica. No entanto, os entendimentos para a sua exploração apresentam dificuldades de todas as ordens até se tornarem economicamente factíveis.

Os dados informam que os anúncios efetuados pelos técnicos japoneses, comandados pelo professor associado Yasuhiro Kato, da Universidade de Tokyo, numa pesquisa conjunta com uma agência governamental japonesa voltada para estes assuntos, foram transmitidos para a entidade britânica de credibilidade internacional, a Nature Geoscience. Os volumes potenciais são extremamente elevados, centenas de vezes maiores que as terrestres, mas devem exigir muitas pesquisas adicionais e tecnologias específicas, pois foram localizadas a grandes profundidades nas águas internacionais entre Havaí, dos Estados Unidos, e o Taiti, ainda dependente da França.

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Terras raras localizadas no Japão

Como é do conhecimento de especialistas, existem muitos minerais que são considerados terras raras, e as informações noticiadas ainda não são suficientes para se conhecer quais os que apresentam maiores potencialidades, pois normalmente se apresentam em conjuntos que exigem tecnologias avançadas para a sua separação. Ao mesmo tempo, costumam ter potenciais radioativos, com elevados riscos de contaminação do meio ambiente.

As informações dão conta que estão a profundidades que variam de 3.500 a 6.000 metros, em pleno Pacífico, diferindo de uma plataforma como a do pré-sal, a cerca de 500 quilômetros do litoral, ainda que as quantidades envolvidas sejam totalmente diferentes do petróleo. Mas é de se supor que quantidades enormes de materiais que contêm pequenos percentuais de terras raras terão que serem extraídas, exigindo sofisticadas estruturas, que podem ser de plataformas como as destinadas ao petróleo e ao gás.

A área por ora conhecida deve envolver cerca de 11 milhões de metros quadrados, mas as continuidades das pesquisas podem ampliar esta região. Por estarem em águas internacionais, haverá necessidade de um entendimento de organismos relacionados com as Nações Unidas, sendo de se supor que venha a se estabelecer um consórcio internacional para a sua potencial exploração.

Se os estudos complementares mostrarem a viabilidade econômica desta exploração, a atual oferta de terras raras deverá sofrer uma maior desconcentração, pois a atitude chinesa já está acelerando pesquisas similares em muitas localidades no mundo, inclusive no Brasil e na Austrália.

Em que pesem ainda todas as reservas, as localizações devem ser consideradas muito importantes, podendo transformar o Japão num pioneiro de trabalhos de mineração em altas profundidades, mostrando a conveniência que juntem os seus esforços de desenvolvimento tecnológico como os que estão ocorrendo na Ilha do Fundão, no Brasil.


2 Comentários para “Reservas de Terras Raras Localizadas no Pacífico”

  1. Jose Comessu
    1  escreveu às 08:24 em 8 de julho de 2011:

    Caro Paulo.
    E a questão do Lítio? Importante para as baterias dos carros eletricos.
    O Brasil tem algumas reservas no Ceará no do Jaguaribe ( Solenópole e Quixeramobim) e Minas Gerais no vale do Jequitinhonha e Mucuri ( Araçuaí e Itinga)
    No dia 7, ontem, aconteceu um encontro patrocinado pela Camara de Comercio Brasil Japao que tratava justamente da cadeia produtiva do Litio brasileiro.
    O Litio do Brasil tem futuro?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:05 em 8 de julho de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    O lítio é um produto encontrado em muitos lugares do mundo, pois está associado ao sal. O que é necessário é que ele seja competitivo, ou seja, exista em grandes quantidades, como em os gigantescos campos como na Bolívia e que tenham facilidade de mineração, e todos os países que contam com estes produtos desejam fabricar as bateriais que estão aumentando substancialmente de uso. O problema é que alguns países não contam com infraestrutura e complexidade industrial para estes estágios posteriores.
    O sal vem sendo melhor aproveitado, como na cozinha que está utilizando o que chamam de flor de sal, que causa menores inconveniencias dos que os usados normalmente, para a saude. Como no passado geológico, muitos oceanos ocuparam regiões que são hoje altas, como junto ao Andes, a ocorrência de grandes antigos lagos que se tornaram verdadeiras placas de sal de boa qualidade é grande. O Brasil só teria um pouco mais de facilidade que os japoneses para industrializar estes produtos, cuja demanda vai crescer em vários setores, como os veículos elétricos, captação de energia solar e eólica.

    Paulo Yokota