Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Automobilísticas Chinesas Continuam Chegando

21 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: automóveis baratos, carros maiores, Chevy no Brasil, novas indústrias

Observa-se a continuidade da instalação no Brasil de indústrias automobilísticas estrangeiras atraídas pelo mercado brasileiro, tanto na faixa dos automóveis populares e baratos como de veículos chamados SUV – Sport Utility Vehicle. O jornal chinês China Daily publica uma matéria sobre a Chevy, comentando as tendências do mercado brasileiro. O padrão das empresas desta fase difere das anteriores, pois estão sendo feitas num entendimento com grupos locais, muitos deles que trabalhavam na importação e distribuição de veículos, que passam a ser montados no Brasil em joint-ventures.

A entrevista sobre o projeto da Chevy foi concedida por Luis Cury, que é o CEO da unidade brasileira, e esclareceu sobre uma estratégia cautelosa, de longo prazo, começando com margens mínimas de lucros, para conquistar uma meta de participação de 3% no mercado sul-americano. Outros chineses também já iniciaram seus projetos no Brasil, como a Chongqing Lifan Auto e a Anhui Jianghuai Automobile – JAC, todos com veículos mais baratos, visando à nova classe média brasileira. Comenta-se que também os indianos examinam a possibilidade, como no caso da Tatá com seus veículos minúsculos.

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Os grandes fabricantes de automóveis no Brasil são a Fiat, Volkswagen, General Motors e a Ford, que perdem parte da participação no mercado para as novas e mais agressivas. As japonesas como a Nissan e a Mitsubishi trabalham também com as SUV, ao lado da coreana Hyundai, que se destaca pela ultra-agressiva publicidade, totalmente fora dos padrões usuais, que levam a suspeitas no mercado que o seu parceiro brasileiro atua de forma no mínimo estranha.

Os fabricantes tradicionais, como a General Motors, anunciaram gigantescos investimentos para continuarem com suas participações neste mercado que consideram como dos mais dinâmicos mesmo entre os países emergentes. Nota-se que todos ingressam com seus modelos médios e pequenos, com preços mais competitivos, de forma a poder abocanhar uma parcela dos novos consumidores.

Há indicações que a concorrência será acirrada nos próximos anos, sendo que muitos estão se estruturando para poder exportar uma parte de sua produção, até como forma de reduzirem seus riscos cambiais, usufruírem de juros externos mais baixos e tirarem o máximo proveito das possibilidades tributárias.

Certamente, muitas dessas empresas estarão utilizando tecnologias atualizadas, inclusive com o uso de robôs. Mas, além de estimularem a instalações de indústrias de autopeças, também contribuirão para a criação de empregos de qualidade. Tudo indica que as economias emergentes terão maior importância no mercado mundial de automóveis, e o governo necessita dar condições para que elas sejam competitivas.