Importância dos Diretores das Escolas Primárias Públicas
1 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, webtown | Tags: artigo de Jiang Xueqin, escolas de Xangai, resultados do PISA, The Diplomat
A prestigiosa revista The Diplomat publica hoje novo artigo do educador chinês Jiang Xueqin, que vem ganhando prestígio pelo seu trabalho, desta vez comentando sobre o sucesso alcançado por Xangai na avaliação chamada PISA (Programme for International Student Assessment) da OECD. Xangai superou países tradicionais em boa educação primária, como a Coreia, Finlândia e Cingapura.
Jiang Xueqin, que vem se destacando na China por seus estudos de educação, refere-se à entrevista que teve com Andreas Schleicher, o arquiteto do PISA, tanto sobre o programa como os resultados obtidos por Xangai. Segundo Schleicher, o sistema de Xangai é diferenciado e superior não só mundialmente como dentro da China, quando comparado com Hong Kong, Beijing e outras 10 províncias chinesas que participaram da pesquisa.
Jiang Xueqin, especialista em educação chinesa
Xangai, segundo o artigo, convenceu-se que para melhorar o seu capital humano para sua economia globalizada é preciso melhorar a qualidade geral do seu sistema educacional do que investir em escolas para uma elite, que estão bem em qualquer parte. Há que se concentrar para melhorar os estudantes não privilegiados. Xangai concentrou seus esforços nos diretores e professores, para que eles reformem suas escolas. Xangai proporcionou oportunidades para educadores autônomos e isto resultou num sucesso impressionante. 70% dos estudantes de Xangai possuem fortes conhecimentos de matemática, leituras, ciências e habilidades que seus backgrounds socioeconômicos podem sugerir.
Há um interesse real no engajamento entre professores e alunos. Há uma expectativa que cada estudante seja bem sucedido e os professores colaboram para melhorar a performance deles. De acordo com Schleicher, eles estão focados em colaborar com o aprendizado criativo, e o curriculum enfatiza o aprendizado centrado no estudante. Em matemática, por exemplo, os professores lançam questão complexas que provocam discussões em classe para chegarem a melhor solução possível. Xangai está criando uma qualificada força-tarefa própria para a melhoria da educação, e está mais próximas da Europa do que da China.
Além de Xangai mobilizar bons recursos dos seus orçamentos, os pais dos alunos gastam com tutores para inglês e matemática, e nos fins de semana para atividades como piano e tênis. Eles estão dando as melhores educações do jardim da infância até o ingresso nas universidades.
Mostrando que a educação superior também melhorou na China, os estudantes de Xangai que se candidatavam para efetuar os cursos superiores nos Estados Unidos, agora estão diminuindo para estudarem na própria China. Muitos estão retornando do exterior, pois Xangai se tornou a capital financeira da segunda economia do mundo.
É interessante notar que numa entrevista para o jornal O Estado de S.Paulo publicada hoje, o economista e educador Martin Carnoy, da Universidade de Stanford, afirma também que “é fundamental investir na formação do diretor”.
Todos estes conhecimentos são importantes para o Brasil que pretende também que sua economia emergente tenha bons recursos humanos.