Reunião Entre Empresários Brasileiros e Japoneses
10 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: centenas empresários japoneses, CNI e Nippon Keidanren, décima quarta reunião, Vale e Petrobras
Teve início ontem e prossegue hoje a XIV reunião do Comitê de Cooperação Econômica, pela primeira vez fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo, na bela cidade de Salvador, Bahia. A dimensão da delegação japonesa composta de mais de uma centena de empresários e representantes das agências oficiais do Japão impressiona. O Brasil destaca-se pela qualidade dos seus representantes, como o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e presidente da Petrobras, José Sergio Grabrielle, que fizeram brilhantes exposições sobre as oportunidades de investimentos ligados aos volumosos trabalhos que as duas empresas estão efetuando, uma privada, concentrada na mineração, e outra estatal, que tem foco no petróleo. Outros empresários, como os ligados à ABDIB – Associação Brasileira da Indústria de Base, efetuaram também exposições sobre os muitos projetos brasileiros que podem contar com a participação japonesa, que seria bem-vinda.
Os japoneses manifestaram o desejo de aumentar a sua presença no Brasil, destacando a tradicional cooperação nipo-brasileira que perdura por mais de um século. Algumas autoridades japonesas, como o vice-ministro do METI, bem como o vice-presidente do JBIC – Japan Bank for Internacional Cooperation, ressaltaram a disposição de apoiar a participação das empresas japonesas, mostrando que o Japão goza de elevado prestígio no Brasil.
Elevador Lacerda, em Salvador
Ambas as delegações foram francas, apresentando os problemas envolvidos nesta cooperação bilateral, mas ressaltando as suas potencialidades. Algumas providências que dependem dos dois governos, do Japão e do Brasil, estão em vias de serem resolvidas, com uma reunião prévia que houve entre seus representantes, como a rapidez do “visa” para os empresários japoneses que virão para o Brasil para ampliar esta presença.
Problemas relacionados aos riscos empresariais e cambiais também foram colocados, mas o que se nota é que ainda existe uma necessidade de aprofundamento dos conhecimentos recíprocos, bem como uma atuação mais globalizada para que eles sejam superados. Os cambiais, por exemplo, podem ser resolvidos com o mesmo volume de exportações e importações, mesmo dos serviços ou fornecimentos de equipamentos pesados com financiamentos externos.
Poucas vezes, os empresários japoneses tiveram a oportunidade de tomar conhecimento, in loco, das oportunidades de negócios com tanta amplitude. Os brasileiros, principalmente de empresas como a Vale e Petrobras, já contam com muitas operações conjuntas com empresas japonesas que vêm sustentando o intercâmbio bilateral.
As intenções das duas delegações revelam que existe a disposição de ir além do comprar e vender, mas de efetuarem operações conjuntas como as relacionadas às pesquisas e produções, para atender todas as oportunidades, que estão sendo ampliadas como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Estão sendo examinadas as possibilidades de “cidades limpas”, pois o saneamento no Brasil vem recebendo suporte da JBIC.
Nota-se a preocupação com o desenvolvimento sustentado, com ambos os países focados na preservação do meio ambiente, como estão propondo até os fóruns internacionais.