Super Cool Biz Japonês Chama a Atenção
17 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exemplos para o mundo, inovações nas roupas, necessidade de economia de energia, Super Cool Biz
O jornal econômico norte americano The Wall Street Journal publicou um artigo elaborado por Cheng Herng Shinn informando sobre o sucesso da campanha do Super Cool Biz que foi implantado no Japão diante da necessidade de economia no consumo de energia. A primeira iniciativa japonesa já havia ocorrido naquele país em 2005, quando até o gabinete do primeiro-ministro Junichiro Koizume adotou a política sugerida pela ministra do meio ambiente. Eu mesmo tive reuniões oficiais com Koizumi usando camisa esporte.
Agora, com os aparelhos de ar-condicionado regulados para temperaturas mínimas de 28 graus centígrados, toda a população aderiu ao Super Cool Biz no verão de calor intenso e úmido do Japão, e as vendas destes trajes mais esportivos cresceram 4,3% em julho último, comparado com o mesmo mês do ano anterior.
A moda do Super Cool Biz foi aderida pelos japoneses, tanto nas ruas quanto no trabalho
Este comportamento generalizou-se desde os gabinetes dos ministros do governo até a bancos, empresas e todos os demais locais que antes utilizavam trajes formais. Os restaurantes, salas de concerto estão cheios de pessoas que passaram a adotar um traje mais leve e informal.
Ainda que as lojas tenham acusado a queda das vendas em outros produtos, após os desastres naturais que atingiram o Japão, a comercialização de roupas leves, tanto masculinas como femininas, ganharam novos impulsos. Existem novidades como os tecidos tratados quimicamente que baixam a temperatura de forma significativa.
Muitas roupas estão inspiradas nas utilizadas nas regiões tropicais. como nas Filipinas e em Havaí, com fortes colorações e que são consideradas “trajes formais” até pelas autoridades nas suas recepções e eventos oficiais, em alguns países.
No Brasil, o presidente Jânio Quadros tentou dar um exemplo, abolindo a gravata e usando roupas adequadas ao clima de Brasília. Também um artista lançou em São Paulo roupas masculinas que aparentavam serem saias femininas. Mas, infelizmente, estes costumes não se generalizaram.
Nas sextas-feiras, muitas empresas já estão adotando o chamado casual Friday, abolindo as gravatas no Brasil, copiando o que acontece nos Estados Unidos. O que se espera é que estes exemplos que vêm do Japão possam se generalizar no Brasil, fazendo com que os trajes utilizados sejam adequados ao clima tropical.
Até na arquitetura, a colonial era mais adequada do que os edifícios que exageram nas fachadas com uso de vidro, que demandam consumos mais elevados de energia, quando nos trópicos deveriam ser adequadas às condições climáticas locais.