Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Terras Raras e Outros Exemplos Mostram Preços Funcionando

30 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: mecanismos de preço, redução do consumo, utilização de substitutos | 6 Comentários »

Mesmo com o controle imposto pelos chineses para a exportação de terras raras, grandes consumidores como a Toyota Motors e a General Eletric tomaram medidas que estão provocando a violenta queda de preço de algumas delas, conforme informa a Bloomberg. Os mecanismos de preços provam o seu funcionamento nestes e outros casos, a sua elevação acaba derrubando a sua demanda pelas descobertas de alternativas, como peças de automóveis ou de equipamentos elétricos.

Quando o preço de algum produto, mesmo essencial como a energia elétrica, eleva-se, acabam sendo desenvolvidos esforços para o seu menor consumo, sendo um mecanismo eficaz de defesa dos consumidores, ainda que isto demande um pouco de tempo. Os equipamentos elétricos estão sendo fabricados para que seus consumos sejam os menores possíveis, além de estimular fontes alternativas de energia, muitos deles renováveis e não poluentes.

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A Bloomberg informa que o seu índice de Recursos Minerais Terras Raras, pois existem muitos deles, acusou um decréscimo de 43% nos últimos três meses, num artigo publicado hoje, último dia do mês de setembro de 2011. Provocou-se, diante da ação chinesa, o que chamaram de “destruição da demanda”, com a sua reciclagem e substituição. Como estas terras raras eram utilizadas nos magnetos dos automóveis, a Toyota foi a pioneira no uso dos motores de indução que dispensam os componentes com terras raras. Mas a General Motors também está fazendo algo semelhante.

Algo parecido também está ocorrendo com equipamentos elétricos, como os produzidos pela General Eletric que anunciou o desenvolvimento de turbinas eólicas geradoras que dispensam um tipo de terras raras. Algumas turbinas eólicas devem reduzir à metade o consumo de metais.

Os centros de pesquisa de todo o mundo estão trabalhando para acelerar estas substituições de produtos, ou a redução do seu consumo. Isto deixa claro que os “monopólios”, como o dos chineses, que detêm uma parcela substancial do seu fornecimento, têm limites claros que são conhecidos pelos estudiosos dos mecanismos de preços.

Estas novas tecnologias são aplicadas em outros setores que dependiam das terras raras, como a indústria de vidros, que passam a utilizar novos tipos de polidores. O refino de gasolina também utiliza um tipo de terras raras, bem como as baterias de carros híbridos. Também outros produtores de terras raras, fora da China, estão acompanhando estes movimentos.

Evidentemente, nem todos os produtos podem dispensar o uso de terras raras, mas na medida em que seu consumo caia, é possível que seus preços fiquem dentro de um patamar razoável.

De qualquer forma, parece que o que está acontecendo neste mercado deve servir de alerta para muitos fornecedores de serviços como energia elétrica ou telecomunicações, cujas tarifas estão evidentemente exageradas, como no Brasil, quando comparadas com outros países.


6 Comentários para “Terras Raras e Outros Exemplos Mostram Preços Funcionando”

  1. mike
    1  escreveu às 13:50 em 30 de setembro de 2011:

    Esse episódio apenas demonstra que o mundo precisa ter muito cuidado com a China, pois se ela tiver a oportunidade de destruir os concorrentes e monopolizar um mercado ela o fará, como fez com o fornecimento de terras raras. Diante dessa constatação, são corretíssimas medidas do governo brasileiro para proteger a indústria local contra concorrência desleal chinesa e de outros países que subsidiam a exportação visando dominar o mercado.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 21:04 em 30 de setembro de 2011:

    Caro Mike,

    Não seja preconceituoso, por favor. Todos os países trabalham pelos seus interesses, quer seja os Estados Unidos, paises Europeus, Japão ou Brasil. Cuidados dos nossos interesses é nossa obrigação, e só fazemos algumas coisas para outros diante de nossos interesses.

    Paulo Yokota

  3. mike
    3  escreveu às 23:48 em 30 de setembro de 2011:

    Dr. Paulo,
    Muito pelo contrário. Estaria sendo preconceituoso se essa percepção fosse baseada apenas em suposições.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 04:29 em 1 de outubro de 2011:

    Caro Mike,

    Não acredito que provocar uma polêmica ajude em algo. Mas, infelizmente, suas observações que são benvindas denotam, para mim, uma contrariedade com a China e os chineses que mais contribuiram com importantes conhecimentos técnicos e científicos ao longo de sua milenar história. Tenho a impressão que se a China dispõe de terras raras em quantidades apreciáveis, ela deve usá-las para o seu próprio benefício, e como observei no artigo postado, os demais países devem procurar alternativas. No caso brasileiro, por exemplo, autoridades irresponsáveis permitiram que as areias monasiticas do Espírito Santo fossem transferidas para o exterior (sem o conhecimento da população), e acabamos ficando sem estes minérios que provocam radiações. Fomos incompetentes para defender os nossos interesses nacionais e a culpa é nossa. Não pretendo voltar mais para o assunto.

    Paulo Yokota

  5. Jose Comessu
    5  escreveu às 09:11 em 1 de outubro de 2011:

    Ou seja, a unica coisa que nao tem monopolio é a inteligencia, isso o Brasil precisa aprender e rapido…

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 10:12 em 1 de outubro de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    Obrigado pelo comentário. Acredito que o Brasil, dada a amplitude de sua abertura para o exterior, com contribuições etnicas variadas que continuam se miscigenando, absorções de culturas de muitos lugares, continua aprendendo com maior flexibilidade que o mundo desenvolvido, e continuamos tentando aprender com os novos polos dinâmicos como a China e a Índia. Estamos andando menos rápido, mas estamos mais equilibrados, temos bons recursos naturais e humanos.

    Paulo Yokota