Toyota e Montadoras Japonesas se Curvam à Realidade
27 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: crise econômica, economia de combustíveis, miniveículos, necessidade de adaptações | 4 Comentários »
A notícia publicada no jornal japonês Nikkei mostra que, mesmo com a resistência das montadoras automobilísticas tradicionais do Japão, como a Toyota, elas precisam se curvar à realidade econômica que está fazendo com que os consumidores daquele país também tendam a demandar veículos de menor porte. Segundo o artigo, a venda doméstica de veículos no ano fiscal de 2010 (que terminou em março de 2011) caiu 40% com relação ao pico de 1989. Mas os miniveículos se tornaram populares, graças à baixa demanda de combustíveis e reduzido custo de manutenção.
Eles representaram 37% das novas vendas no Japão entre janeiro a agosto deste ano, chegando a acima de 50% em oito províncias da região oeste daquele país. O percentual mais alto foi atingido na província de Nagasaki, tendo chegado a 54,7%.
O miniveículo Pixis Space da Daihatsu Motor
A Toyota alegou não dispor de tecnologia para pequenos veículos quando da implantação de sua nova planta em Sorocaba, no Brasil, quando foi alertada que a nova classe média brasileira demandaria produtos de menor valor. Realmente, no Japão teve que utilizar os miniveículos da Daihatsu, que é uma empresa do seu grupo e está sendo vendida em somente 6% dos seus revendedores, e o modelo não será objeto de publicidade.
No Japão, como em muitos países, os veículos menores têm impostos mais baixos. Os consumidores pagam cerca de US$ 660,00 em despesas associadas aos pequenos veículos, entre impostos e seguros, enquanto paga cerca de US$ 1.850,00 nos veículos normais mais caros.
Outras montadoras japonesas também estão passando para veículos pequenos, como a Nissan e a Mitsubishi Motors, que estão desenvolvendo em conjunto os mesmos, pretendendo ter três deles em setembro de 2012, dobrando suas vendas nestas áreas em cinco anos.
Mas, apesar do mercado de miniveículos estar bem arraigado no Japão, não existe um prospecto para rápido crescimento de suas vendas, havendo outras empresas, como a Suzuki, que estão observando o que vai acontecer nesta concorrência sadia.
Verificando-se outros mercados, como o europeu ou dos países emergentes como o do Brasil, tudo indica que há uma potencialidade grande para os pequenos veículos e baratos, pois também os mais baratos, como os provenientes da China, apresentaram demandas que exigiram medidas restritivas para as suas importações, induzindo a sua produção local.
Nada impede a Toyota de fazer um rebadging e comercializar modelos da Daihatsu como Toyota em outros mercados. A própria Toyota LiteAce de atual geração, por exemplo, é na verdade um modelo produzido pela subsidiária da Daihatsu na Indonésia e exportado para o Japão. No caso dos kei-cars, seriam competitivos contra modelos ocidentais como o Volkswagen up! e o Fiat 500.
Caro Daniel Girald,
Acredito que existem muitas alternativas, mas a tendência parece tender para poucas mais econômicas e não poluentes.
Paulo Yokota
Por isso mesmo que eu considero viável os fabricantes japoneses em geral, e não apenas a Toyota, voltarem a internacionalizar os kei-cars. Hoje, o modelo que mais chega perto dessa proposta à venda no Brasil é o Suzuki Jimny (embora a versão comercializada por aqui já não se enquadre nos limites de dimensões, cilindrada e potência para a classe kei), mas na década de 90 chegaram a vir o Daihatsu Cuore (embora tivesse um motor de 800cc restrito às versões de exportação) e o Subaru Vivio.
Caro Daniel Girald,
Obrigado pelo comentário. Vou postar um artigo, com base na notícia do Wall Street Journal sobre o aumento da cooperação entre a Toyota e a Suzuki.
Paulo Yokota