Do Muito Que Se Escreve Sobre Steve Jobs
7 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Jeff Yang no WSJ, concepções zen-budista, muitas interpretações, Zen de Steve Jobs | 1 Comentário »
O biógrafo de Steve Jobs o compara com Edison e Ford, e muito se escreveu e vai se escrever sobre ele, ficando difícil de destacar o que é realmente relevante sobre esta personalidade que deixa o mundo desolado com o seu desaparecimento. Mas Jeff Yang pode ter captado o que significa esta passagem no seu artigo publicado no Wall Street Journal, mostrando a sua face fortemente zen budista. Do seu discurso na formatura em Stanford em 2005, ele retirou: “A Morte é muito provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente da mudança da Vida. Ela limpa o velho para abrir caminho ao novo. Agora, o novo são vocês, mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido” (tradução Google).
Jeff Yang destaca a sensibilidade zen budista de Steve Jobs, pois nas suas opções de design e filosofia de negócios adotou muito dos seus valores fundamentais, como a “mente de principiante”. Ele pregou a necessidade de simplicidade radical e o foco rigoroso, crendo profundamente na validade da estética tradicional japonesa, todas entrelaçadas com a prática do zen.
O autor do artigo ressalta que Steve Jobs deixou em cada um dos seus produtos os conceitos japoneses como o de miyabi, que seria traduzido como “refinamento elevado” ou polimento que se distancia da aspereza e da rusticidade. O shibui, “beleza discreta” que valoriza a forma simplificada e sóbria, ou o iki, o “estilo audaz”, entre muitos outros. Acima de tudo, ele destacou o ma, o espaço vazio. “Ma afirma que uma coisa é definida não apenas pelo que ela é, mas o que não é”, “um anel é útil porque de é oco em seu centro e é uma tira de metal que o cerca”, escreveu Jeff Yang.
Segundo o autor, frequentemente Steve Jobs expressava que estava orgulhoso pelo que a Apple não fez como pelas coisas que fez. A essência de sua genialidade era o entendimento de que a ausência define a presença, que o único caminho para as grandes coisas novas do futuro foi a eliminação implacável das coisas do passado. Uma admoestação metafórica para não se ligar ao dogma, convenções ou padrões.
Steve Jobs estava fortemente envolvido ao conceito da transitoriedade da vida, que é a essência mais profunda do zen budismo, ainda que muitas outras análises possam ser efetuadas.
Muito bom.