Viagens Aéreas da América do Sul à Ásia
21 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: escalas intermediárias, fusos horários, problemas da duração, viagens para a Ásia
Ainda que seja um viajante internacional há cerca de 50 anos e tenha efetuado centenas de viagens do Brasil para a Ásia e vice-versa, por quase todas as rotas disponíveis: via Estados Unidos e suas muitas alternativas, via Europa pelas suas muitas cidades, via Moscou, via Índia, e só não o tenha feito via Austrália/Nova Zelândia/Chile, elas continuam demasiadamente longas. Apesar dos avanços tecnológicos, ainda é necessário fazer, no mínimo, uma escala intermediária, dispendendo-se mais de vinte horas de voo. Acrescentem-se os inconvenientes das mudanças de fusos horários que chegam a doze horas.
Já foi muito pior no passado, quando era necessário, no mínimo, três a quatro escalas intermediárias. Estas viagens exigem, ainda, uma quantidade apreciável de bagagens, pois as estações do ano são inversas nos dois hemisférios, o Norte e o Sul, podendo ser inverno num quando é verão noutro, exigindo roupas diferentes para os que não mantêm residências em ambos os lugares. Na minha atual idade, mesmo viajando em classe Executiva/Business, pois não é mais possível suportar a Turista para voos transoceânicos, mesmo que eles tenham melhorados em alguns confortos, nota-se que, na média, a qualidade dos serviços piorou nas diversas companhias aéreas que operam estas rotas, ou procuraram ser mais modestas visando reduzir os seus custos.
No passado, empresas como a Varig e a JAL chegaram a possuir voos diretos, com algumas escalas. Hoje, muitas empresas efetuam operações conjuntas mediante acordos. Novas empresas, como as do Oriente Médio, passaram a explorar este fluxo elevado de passageiros, no passado com rumo centrado no Japão, hoje na China, com novas escalas intermediárias. Mas não se conseguiu ainda, superar o tempo de voo, e as aeronaves tipo foguetes que atingem a estratosfera ainda são sonhos para o uso comercial.
Algumas novas aeronaves melhoraram suas instalações, com a classe Executiva aproximando-se da Primeira Classe do passado, que está quase desaparecendo, restringindo-se somente a um número limitado de privilegiados.
Mais que em outras atividades, a aviação civil para longas distâncias, quando os passageiros sentem o peso do cansaço, os recursos humanos passam a ser mais importantes. Atenções redobradas dos aeronautas podem aliviar alguns desconfortos, mas a massa de passageiros que está sendo transportada não permite o cuidado personalizado, que havia no passado. Poucas empresas aéreas ainda tentam se esmerar neste atendimento, mas não se consegue um número de funcionários de elevada sensibilidade, e muita paciência para atender exigentes clientes.
Sente-se que a massificação está transformando os passageiros em números, não pessoas dotadas de sensibilidade diferenciadas. Parece que é o preço necessário para estas mudanças que estão ocorrendo, que é mais democrático, certamente.