IEDI Publica Comparativo da Inovação na China e Brasil
18 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: China e Brasil, Estudo Comparativo sobre inovações, IEDI | 2 Comentários »
O IEDI – Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial, uma instituição privada organizada e sustentada por diversas empresas industriais brasileiras, vem publicando diversos estudos de importância e na sua última Carta IEDI nº 492 publica uma profunda análise comparativa entre a agenda chinesa e brasileira de inovações, procurando entender as diferenças das performances do desenvolvimento industrial nos dois países.
Ainda que os dados apresentados sejam expressivos, não se pode atribuir a este organismo intenções críticas ao Brasil, mas a apresentação de subsídios para o debate das opções brasileiras da política de inovações, advertindo a entidade que aspectos setoriais são insuficientes para constatação do que acontece na sociedade e na economia chinesa, mas como uma referência para o que acontece neste país.
De forma resumida, informa-se que o quadro descrito nesta carta do IEDI faz parte de um trabalho mais amplo que trata da “A Transformação da China em Economia Orientada à Inovação”, que faz um exaustivo exame das políticas recentes de inovação da China. Ponderam as suas principais conclusões, resumindo que podem ser sintetizados nos seguintes aspectos.
O crescimento acelerado da China: ela se destaca dos demais países nos anos recentes, não somente porque cria oportunidades de novos negócios, como implica em fortes investimentos incorporando inovações. Aumenta a produtividade inserindo novas tecnologias, e o dinamismo do processo cria um ambiente propício para novas iniciativas. Acaba sendo um processo que autoalimenta continuamente inovações.
A escala industrial: a dimensão da atividade industrial da China, tanto para atendimento do mercado interno como ampliação das suas exportações, proporciona um ambiente favorável para as inovações. Permite custos menores operando em escala global. Isto favorece a implantação da infraestrutura, tributos mais baixos, câmbio favorável, tornando a China mais competitiva. A carta cita também os salários, mas sabe-se que os que eram baixos no passado já registram elevações desejáveis, fazendo com que algumas atividades mãos-de-obra intensivas sejam transferidas para outros países asiáticos que contam ainda com elevada disponibilidade de recursos humanos. O documento aponta uma segunda lição proporcionada pela China, que a inovação é parte de sua estratégia de desenvolvimento, não sendo um elemento isolado, continuando a proporcionar resultados para a manutenção de sua competitividade para o futuro.
O planejamento organizado pelos sucessivos planos diferencia a China das ações limitadas de outros países como o Brasil. Ainda que estejam sob orientação estatal, evitando iniciativas isoladas, vieram permitindo decisões de envergadura, correndo os riscos indispensáveis, reconhece o estudo.
O diferencial dos recursos humanos: constata-se na China um esforço organizado e persistente para o aperfeiçoamento dos recursos humanos em diversas frentes, mas notadamente nos voltados para a tecnologia e para a atividade industrial, com grande número da formação de engenheiros, bem superior ao que ocorre inclusive nos Estados Unidos.
A inovação está entendida como parte da agenda de desenvolvimento, fazendo parte central da política governamental da China, havendo uma elevada prioridade atribuída para a inovação, tornando-a rotineira dentro do processo de desenvolvimento que ocorre naquele país.
Ainda que se constate uma evidente admiração dos autores dos estudos sobre o que ocorre na China, mesmo com algumas limitações nas liberdades políticas naquele país, os resultados que vêm sendo obtidos pela economia chinesa mostram que existem preciosas lições que devem ser acolhidas pelo Brasil e outras economias que pretendam obter resultados semelhantes, que acabarão permitindo a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes, e que acabarão por aspirar outras melhorias, como as liberdades políticas.
As comparações apresentadas no estudo dos dados chineses que são efetuadas com os dados brasileiros acabam sendo chocantes, mostrando a envergadura das iniciativas brasileiras indispensáveis, tanto do setor público como privado.
Os que desejarem a integrado dos estudos poderão acessar: http://www.iedi.org.br/cartas
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Obrigado pela menção.
Paulo Yokota