Novas Realidades na Mineração do Ouro
23 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: coexistência com velhas técnicas, novas tecnologias, uso intensivo dos equipamentos
Com os elevados preços que o ouro vem alcançando no mercado internacional, notadamente com os receios das desvalorizações das diversas moedas e a natural procura de segurança nos períodos de grande instabilidade na economia mundial, ampliam-se as atividades para a mineração deste precioso metal. Além das românticas explorações que continuam ocorrendo em muitos lugares da Amazônia, sabe-se que este minério é também encontrado em pequenas proporções misturadas com outros, exigindo tecnologias sofisticadas e empresariais para serem exploradas. Grandes volumes de terras e outros minérios necessitam ser utilizados para a sua separação, como a que está sendo noticiada no site do Globo, que destaca a participação até de mulheres no manejo de pesados equipamentos que movimentam até 240 toneladas de materiais.
Mulheres atuam na mineração manejando grande equipamentos. Foto: O Globo/Divulgação
Muitas explorações, algumas clandestinas, continuam ocorrendo em muitas partes da extensa Amazônia, notadamente junto às fronteiras brasileiras com países vizinhos, desde Rondônia até o Amapá, que podem ser verificadas em qualquer mapa para se ter uma ideia de sua dimensão. Algumas ainda localizam na forma de pipetas, e quando alguns rios apresentam o ouro, observa-se a chegada de muitos garimpeiros num estranho fenômeno que não se sabe corretamente dos seus meios de comunicação. “Brotam” garimpeiros e outras pessoas ligadas à atividade nas matas que não contam sequer com estradas ou rios facilmente navegáveis. Entre eles sempre as prostitutas que são as primeiras a chegarem para o atendimento das atividades sexuais nas condições mais perigosas e primitivas em tendas de plástico no meio da mata. Também comerciantes que suprem as necessidades alimentares e muitas destas atividades são pagas diretamente em ouro.
Estas atividades são difíceis de serem controladas, pois muitos garimpeiros acabam escoando suas produções contrabandeadas pelas fronteiras para os países vizinhos que contam com maior precariedade de controle que o Brasil.
Mas a atividade mais perigosa acaba ocorrendo de uma forma precariamente empresarial com o uso de alguns equipamentos e o intenso uso do mercúrio que é um produto altamente contaminante, e que fica nos rios de forma permanente. Acabam sendo consumidos com outros produtos pelos peixes e estes consumidos pelos seres humanos e seus danos são altamente perigosos. Muitos evitam consumir peixes muitos apreciados como os tambaquis que são abundantes em alguns rios contaminados.
Mas ao lado destas explorações que podem ser consideradas românticas, existem as empresariais que procuram extrair os ouros que são encontrados em pequenas porcentagens com outros minérios como o cobre. Isto exige explorações de grande porte, com o uso de tecnologias avançadas, o que está se observando em muitas localidades como no Estado de Minas Gerais. Antigas minas que não eram mais exploradas de formas tradicionais passam por uma nova fase com o uso de novas técnicas.
Isto tudo mostra que mesmo nestas atividades o mercado funciona e, se existem retornos positivos para pesados investimentos, acabam atraindo empresários que tomam seus riscos com atividades que proporcionam resultados certos, ainda que demandando muitos equipamentos e trabalhos contínuos.