O Outono no Extremo Oriente
20 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apreciação do outono, atividades culturais, Gastronomia, panoramas, pausa no mundo conturbado
Quando os orientais, principalmente os japoneses, afirmam que o outono é a melhor estação do ano, muitos ocidentais têm dificuldade para compreender esta interpretação, quando conhece a primavera e a florada das cerejeiras. Só quando os seres humanos vão ficando mais maduros, com um espírito mais nostálgico é que podem apreciar todas as belezas desta estação preferida dos orientais. Usufruindo serenamente de um panorama com as vistas de florestas coloridas com os momijis, os maples japoneses, que ficam mais belas com os fortes choques térmicos dos frios intensos com os dias ensolarados, pode-se ter uma idéia da intensa alegria de estar vivo.
Momiji. SKYE HOHMANN PHOTOS
Este site já publicou o depoimento da Naomi Doy sobre as delícias que podem ser apreciadas na culinária desta estação. Quem nunca experimentou um matsutake, o mais valorizado cogumelo japonês, com seu sabor suave, que pode ser apreciado num dobin mushi, um delicado consomeé japonês, não pode afirmar que conhece o que se dispõe de melhor na gastronomia mundial, ainda que caro.
Matsutake dobin mushi
Mas se dispõe, como em Nikko, de um excepcional yuba, a nata do leite extraído da soja, que vai se utilizada na produção do tofu. Pratos delicados, compatíveis com o espírito da estação, que podem ser equiparados com o que se pode apreciar nos melhores restaurantes estrelas do mundo.
E é na temporada do outono que se dispõe das melhores exposições como o do Museu Suntory no MidTown, Tóquio, que apresenta a contribuição dos portugueses nas artes plásticas japonesas, que perduram até hoje. Ou da nova versão do “Madame Butterfly” apresentada pela NHK, a televisão oficial japonesa no seu canal G.
Aoi Miyazaki e Ethan Landry em "Cho Cho," remake da NHK de "Madame Butterfly"
No atual mundo conturbado, este outono permite uma pausa refletiva, mostrando que a felicidade humana pode ser alcançada até nas pequenas coisas, muitas que não custam nada. Será que temos que correr tanto para obter as riquezas materiais? Ou os seres humanos podem se sentirem realizados e completos com o que a natureza nos oferece.