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Atores Japoneses Divulgam a Cultura Popular no Exterior

31 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: empenham-se com os brasileiros no Japão, grupo de atores japoneses de Tokyo, visitaram o Brasil | 4 Comentários »

Ainda que seja natural em qualquer país que a média da população conheça pouco do exterior, os analistas se surpreendem quão pouco japoneses sabem sobre seus imigrantes no Brasil. Uma parte disto decorre da tentativa de esquecer que o Japão já passou por situação tão difícil que teve que enviar para o exterior parte de sua população que não conseguia se sustentar no país, como os que emigraram para países como o Brasil. No artigo publicado no The Japan Times, Mami Maruko descreve um grupo denominado Mari Mari que se empenha agora a difundir a cultura popular japonesa no exterior, citando o trabalho desenvolvido no Brasil, de uma forma um tanto romântica.

Eles procuram divulgar para os descendentes de japoneses parte da cultura nipônica, ainda que de forma rudimentar. Apoiado pela Universidade de Shizuoka de Arte e Cultura, Hotaka Hagiwara, líder de um grupo, viajou para o Brasil com outro membro do grupo, Masakazu Teramoto, apresentando contos japoneses em diversas instituições no Estado de São Paulo.

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Fotos da trupe Mari Mari publicadas no Japan Times

O artigo do The Japan Times demonstra o quanto os japoneses sabem pouco sobre os seus patrícios e descendentes que vivem no Brasil, pois por muito tempo eles ficavam constrangidos com o período em que o Japão teve que enviar emigrantes para o exterior, diante das dificuldades para sustentá-los no próprio país.

Os japoneses sabem pouco sobre os seus emigrantes no exterior, como no Brasil. E o artigo tenta informar, de forma simples, sobre os mesmos, e reconhecer os brasileiros de ascendência japonesa que hoje trabalham no Japão, citando explicitamente Hamamatsu, na província de Shizuoka. Agora, estão se conscientizando dos brasileiros, descendentes de japoneses, que lá vivem e devem desenvolver um trabalho para também os atender.

O artigo explica que o grupo Mari Mari foi formado em 2005 e se apresentou na França, Inglaterra, Alemanha e México. Mas não sabiam dos muitos dos emigrantes japoneses para os países como o Brasil, pois os nipônicos não se orgulham que muitos deles tiveram que emigrar para países como o nosso diante das dificuldades internas.

O artigo publicado refere-se aos japoneses que já estão na faixa dos 70 a 80 anos, registrando somente a eventos isolados que lembram algumas coisas japonesas para os mais jovens de gerações diferentes. O artigo procura ressaltar os aspectos positivos, que realmente existem, mas como é da cultura japonesa, evita falar dos muitos problemas que existem.

Hoje, lamentavelmente, menos de 10% dos japoneses e seus descendentes conseguem se comunicar no idioma do Japão, tendo um conhecimento cultural limitado sobre o país dos seus antepassados. Mesmo entre os brasileiros descendentes de japoneses que hoje se encontram vivendo em Shizuoka, somente uma parte consegue se comunicar no idioma local.

Isto não deve ser um problema para vergonha, mas de uma realidade do mundo que se globalizou, e exige que todos tenham preparo para serem cidadãos em qualquer parte do globo, com alguns mais preparados para determinados idiomas. Mas a dura realidade não deve ser ignorada.

A grande maioria dos descendentes dos imigrantes de japoneses, a partir da terceira geração, possivelmente se comunica mais facilmente em outros idiomas, como o inglês de uso mais universal. E isto não pode ser problema de demérito, pois muito poucos descendentes de japoneses nos Estados Unidos, a partir da segunda geração, entendem o idioma japonês, até porque enfrentaram o problema da Guerra.

Tanto o japonês como o português são idiomas relativamente pouco utilizados em todo o mundo.


4 Comentários para “Atores Japoneses Divulgam a Cultura Popular no Exterior”

  1. Leonardo
    1  escreveu às 11:13 em 1 de fevereiro de 2012:

    Nao sei quanto ao Japao, mas, aqui no Brasil me disseram que os japoneses que vem trabalhar como Diretores e Gerentes valorizam mais os que NAO sabem japones (inclui-se descendentes e nao descendentes) do que os que sabem.
    Isto porque para os japoneses os descendentes que falam japones sao todos japoneses caipiras ou descendentes de covardes que deixaram o Japao a deriva no pos-guerra.
    O senhor concorda?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:45 em 1 de fevereiro de 2012:

    Caro Leonardo,

    Não é exatamente isto, mas isto acontece com a maioria dos países que enviaram imigrantes para o exterior, como a Italia e a Alemanha também.

    Os que continuaram morando em seus países sofreram a influência da guerra e da ocupação, tendo se modernizado cada um do seu modo. Os que moram, como no Brasil, ficaram desatualizados sobre alguns aspectos, mas adquiriram uma experiência internacional que nem todos os que ficaram nos seus países de origem possuem. Há diferenças, sem dúvida.

    Paulo Yokota

  3. Pablo Araújo
    3  escreveu às 02:37 em 2 de fevereiro de 2012:

    Yokota sensei, parabéns pelo artigo, acredito que muito oportuno na conjuntura atual. Porém este atores me parecem mais agentes culturais dos quais o estado se beneficiará do trabalho, pois estes levam uma identidade e cultura japonesa já presentes em animês, mangás, música e filmes, mesmo que de maneira indireta. Acredito que o país já atue diretamente nesta divulgação e que o trabalho destes atores venha a contribuir. O senhor acredita neste avanço da “japanese wave” como algo que tem sido “aproveitado” pelo Estado para se promover?

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 18:42 em 2 de fevereiro de 2012:

    Caro Pablo Araujo,

    Quando comparado com a França, a Alemanha, os Estados Unidos ou o Reino Unido, o Japão despende pouco na divulgação de sua cultura, apesar de contar com organismos com a Fundação Japão, com orçamento em redução. Estes atores podem contar com algum apoio local, mas não existe uma forte política nacional de caracter cultural entre os nipônicos. Agora os chineses estão dando grande importância ao Instituto Confúcio.

    Paulo Yokota