Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Difícil Conciliação de Davos com o Fórum Social

30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Davos e Fórum Social, Dilma Rousseff no Fórum Social, ministro das Relações Exteriores em Davos, necessidades de divulgação

Ainda que para muitos analistas estas reuniões de autoridades e empresários em Davos, bem com o Fórum Social em Porto Alegre, estejam perdendo importância, eles são objetos de divulgação pela imprensa. O ministro Antonio Patriota representou o Brasil em Davos, onde o país era um dos focos de atenção, tendo a cobertura da imprensa mundial. A presidente Dilma Rousseff preferiu ir ao Fórum Social, em Porto Alegre, onde o comparecimento ficou reduzido com relação aos anos anteriores.

Os resultados práticos destas reuniões são pouco expressivos, mas a imprensa acaba dando a sua cobertura, o que interessa sempre ao governo. No caso do Fórum Social, o jornal Valor Econômico informa que a presidente Dilma Rousseff acabou se encontrando com as lideranças de alguns movimentos, comprometendo-se a vetar alguns itens relacionados com o Código Florestal, que possam interessar aos rurícolas, com vistas ao chamado Rio + 20, que na realidade é a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a ser realizado no Rio de Janeiro em junho próximo.

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Muitos analistas informam que esta próxima conferência no Rio de Janeiro está sendo prejudicada, pois o mundo está preocupado, no momento, com a recuperação da economia, concedendo baixa prioridade à preservação do meio ambiente, que estaria congelada com os compromissos já assumidos no passado.

Todos sabem que os Estados Unidos e a China não aderiram ao chamado Protocolo de Kyoto provacando um esvaziamento no entusiasmo mundial, pois figuram entre os países mais poluidores do mundo atual. Pequenos são os avanços que estão sendo conseguidos, em que pesem os fortes indícios de aquecimento global e outros problemas relacionados com a deterioração do meio ambiente.

Mesmo assim, a mídia internacional deverá cobrir o evento no Rio de Janeiro, e o governo brasileiro está se preparando, com suas limitações, para que o evento não tenha uma repercussão negativa sobre o que vem acontecendo no país. Neste sentido, o atual Código Florestal em final de discussão no Congresso não é nenhum avanço significativo, e há fortes indícios que o governo acabará por vetar alguns dos seus dispositivos.

As manifestações das entidades sociais deverão ocorrer de qualquer forma, e tudo indica que não existem propostas sérias que estejam organizadas, e que possam repercutir positivamente na mídia internacional. Passar o Brasil de uma posição defensiva para uma ofensiva nestes assuntos parece desejável, mas não há garantias que se conseguirá este efeito.

Portanto, ainda que estas manifestações globais estejam com sua capacidade limitada, continuam sendo eventos que exigem das autoridades as devidas atenções.