Diferenças de Um Stradivarius com os Novos
3 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: Discover Magazine, Stradivarius, testes de diferenças com os novos, valor das raridades | 2 Comentários »
Uma polêmica questão acabou de ser divulgada pela Discover Magazine, neste começo do ano, mostrando que um Stradivarius produzido por Antonio Stradivari, como um “del Gesu” produzido por Guarnieri Giuseppe, obtém no mercado milhões de dólares. Muitos renomados artistas que têm o privilégio de usar alguns destes instrumentos antigos acreditam que os mesmos são realmente os melhores existentes. Cientistas procuram as causas de tais diferenças, mas não chegam a uma conclusão definitiva, mesmo experimentando as madeiras e os vernizes que foram utilizados. Os apreciadores de música clássica ficam fascinados quando um artista de renome apresenta-se com tais raridades.
Uma dupla, Claudia Fritz, uma cientista de acústica de violinos, e Joseph Curtin, um fabricante de violinos, pediram a violinistas profissionais tocarem com estas raridades e com novos instrumentos, e não conseguiram diferenciá-los. Um dos violinos novos chegou a ser considerado o preferido.
Stradivarius: um instrumento supervalorizado
Foram feitos diversos testes, e num deles que se denominou duplo cego, ou seja, efetuado numa sala escura onde não havia possibilidade de identificar quais deles eram antigos, havendo dois Stradivarius e um Guarneri, todos com músicos profissionais e avaliadores abalizados e reconhecidos, que variavam de 15 a 61 anos. A prova foi feita no oitavo concurso internacional de violino de Indianapolis, Estados Unidos. Todos usavam óculos de proteção para não haver nenhuma possibilidade de avaliação visual. Mesmo a possibilidade de identificação pelo cheiro foi eliminada.
Todos os músicos tocaram dois instrumentos, um novo e um antigo. Depois, os instrumentos foram expostos numa ordem aleatória em cima de uma cama, para que os músicos determinassem a sua preferência. Feliz ou infelizmente, os que foram apontados como de preferência dos músicos eram os novos.
A amostra utilizada foi de seis violinos e 21 músicos, que é relativamente pequena, mas tais provas continuam a ser efetuadas. A conclusão da dupla Fritz e Curtin é que somos influenciados pelos valores atribuídos aos diversos instrumentos.
Como um paralelo deste tipo de teste, foi efetuado provas com vinhos raros de elevado custo e outros de qualidade que não contavam com as mesmas cotações. A conclusão possível parece que nossas mentes são influenciadas por elementos estranhos como a raridade, a antiguidade e os nomes que estes produtos carregam.
Mesmo que testes deste tipo sejam efetuados, os valores atribuídos por pessoas credenciadas continuarão dando preferência aos mais renomados. Comprova-se que os valores atribuídos a alguns objetos independem de sua qualidade intrínseca.
Eu tenho um violino muito antigo, data e nome do construtor
André Caftagneri Feito A´ Hotel de Soiflons
1731, for possível pode avaliar este Violino que está em muito bom estado de conservação, tem um som maravilhoso, segundo opinião do meu professor de violino. Muito agradecido pela sua resposta!
Caro José Manuel Rodrigues,
Infelizmente não sou deste setor.
Paulo Yokota