Dificuldades dos Regimes Autoritários
29 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: caos da Coreia do Norte, Cuba, Irã, Líbano, tendências da história
Quem folheia o mínimo que se registra da imprensa internacional fica informado das dificuldades crescentes que vão se constatando nos regimes autoritários mais evidentes no mundo atual. Ainda que o princípio da não intervenção seja obedecido, mesmo sem o emprego da força, os entendimentos diplomáticos vão desenhando caminhos para que os casos extremos sejam resolvidos, principalmente com as pressões da opinião pública mundial. Tudo indica que os diálogos vão se travando, ainda que nem sempre eles tenham que ser públicos.
O site da Globo informa que o primeiro filho do ex-ditador da Coreia do Norte, que se encontra na China, enquanto seu irmão mais novo assume formalmente o poder, manteve contatos prolongados com um jornalista japonês do Tokyo Shimbun, que relatou o assunto num livro de grande venda recente. A China vem mantendo o exílio deste primogênito para uma eventualidade da mudança política naquele país, conforme a notícia.
Bandieras de Cuba, Coreia do Norte, Líbano e Irã
A presidente Dilma Rousseff visita Cuba, e mesmo que não se divulgue abertamente na imprensa, tudo indica que ela segue as linhas gerais da atual política externa brasileira, mantendo abertos os canais de entendimento diplomático com as autoridades daquele país.
As pressões internacionais que estão sendo exercidas sobre os atuais governos do Líbano e do Irã, em que pesem alguns isolados apoios de autoridades como da China ou da Rússia, mostram que, de forma semelhante com a posição do Brasil com Cuba, procura-se manter alternativa de entendimento.
No atual mundo globalizado, nenhum país pode-se manter totalmente isolado, ainda que assim aparente junto à opinião pública mundial. A existência destes suportes, aparentemente isolados, pode indicar que de forma muito confidencial uma pressão mais discreta esteja sendo efetuada, na procura de uma saída, ainda que ela seja difícil e demorada.
Mesmos as tensões militares que ocorrem na Ásia ou no Oriente Médio não aparentam tendências suicidas, como os que podem estar sendo defendidos por políticos radicais. O que parece evidente é que, de alguma forma, os chamados “complexos industrial-militar” acabam sendo parcialmente atendidos com as ampliações das encomendas de equipamentos de segurança.
Por mais cínico que possa parecer, os países necessitam contar com meios para manter a sua independência militar e política, energética e alimentar. Se não contar com meios para tanto, acabam sucumbindo, com o tempo, para a necessidade de entendimentos que lhes permitam, no mínimo, uma saída honrosa.