A Reunião do G-20 na Cidade do México
27 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento do poder dos BRICS, momento crucial, os ministros das finanças dos G-20, problemas europeus, regulamentação do sistema bancário | 2 Comentários »
Todos os jornais do mudo estão noticiando com destaque a reunião realizada pelos ministros de finanças dos países componentes do Grupo dos 20 (G-20), que teria tratado de problemas cruciais no mundo atual. De um lado, a crise europeia exige grandes aportes de recursos que precisam contar com a colaboração destes países. Os países emergentes considerados como membros do grupo BRICS, para darem a sua contribuição, pleiteiam mais poder nos órgãos econômicos mundiais.
Alguns temas que sempre foram considerados como intocáveis passaram a ser abordados, como a possibilidade de regulamentação dos sistemas financeiros, de forma a não prejudicar os mercados emergentes. As regras estabelecidas pela chamada Basileia 3 mantém o seu cronograma, exigindo esforços adicionais para o fortalecimento dos bancos. O Valor Econômico registra que os BRICS discutem a possibilidade de criar um novo banco de desenvolvimento.
Reunião dos membros do G-20 no México, que terminou no dia 26 de fevereiro
Com a extensão atual da crise, principalmente na Europa, o Grupo dos países chamados G-20 vem aumentando a sua importância no mundo. São os seus membros que devem comparecer com os recursos que, com aporte também do FMI e do Banco Central Europeu, devem continuar a ajudar os países a superarem as suas dificuldades.
Não são somente os desenvolvidos que não apresentam mais condições de aportarem volumosos recursos, mas os emergentes, principalmente do BRICS, que contam com reservas externas para ajudar no processo, mas esperam que os próprios europeus definam o que vão fazer, e exigem que seus poderes nos organismos internacionais sejam acrescidos.
O Grupo alerta também sobre as complicações que podem decorrer do aumento dos preços do petróleo, no momento em que enfrentam as dificuldades atuais, mesmo com uma pequena desaceleração do ritmo de crescimento em todo o mundo.
Observa-se que todos estão preocupados que as dificuldades se prolonguem e se generalizem, atingindo a todos. Aplaudem os esforços que estão sendo feitos, ao mesmo tempo em que se preparam para aportar mais recursos para estas assistências.
Fica evidente que o mundo mudou não se falando mais nos antigos grupos como dos sete desenvolvidos, pois as decisões mundiais acabam exigindo que mais países participem dos esforços, sendo que os vinte podem comandar parte substancial deste processo.
Não é mais um punhado de países que tomam as decisões do mundo, a diplomacia não é algo linear, todavia, países de ponta tecnologicamente e os emergentes, vão ter que fazer um esforço diplomático para que a crise chegue ao seu final.
Caro Wagner Jorge Alves Aguiar,
Muitos problemas não se resolvem somente com esforços diplomáticos, existem limitações físicas. Estou postando um artigo sobre o assunto, baseado nas observações de Dominique Moisi, um francês.
Paulo Yokota