Comparações do Sudeste Asiático com a América Latina
11 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas hipóteses sobre as diferenças registradas, um estudo comparativo da OECD
Estudos mais elaborados como estes feitos por Jose E. Duran Lima, Nanno Mulder (Cepal) e Osamu Onodera para a OECD – Organização da Cooperação Econômica e Desenvolvimento, mesmo não sendo tão recentes, mostram algumas diferenças registradas entre os países do Sudeste Asiático com os da América Latina, com dados de 1970 a 2006. São sempre interessantes para mostrar o que pode ser feito, ainda que de forma bastante resumida.
O desempenho econômico e de comércio foram diferentes, quando se compara os seis países selecionados como Sudeste Asiático (Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã), o da China e de oito países selecionados da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México e Peru) que foram utilizadas nestes estudos. O PIB da China cresceu 7,4% na média anual, os do Sudeste Asiático 4,5% e os da América Latina 1,5%. Estes estudos não chegaram a ser considerados oficiais refletindo a opinião das organizações envolvidas, mas somente como do Grupo de Trabalho do Comitê de Comércio, mas fornecem informações relevantes.
Resumidamente, os autores atribuem o sucesso e a diferença dos países do Sudeste Asiático aos esforços das reformas relacionadas ao comércio internacional, adotando políticas voltadas ao aumento das exportações, provocando uma liberalização das atividades externas.
Medidas protecionistas relacionadas com a política de substituição das importações que foram adotadas no passado em muitos países do mundo foram flexibilizadas nos países asiáticos, notadamente na eliminação das barreiras não alfandegárias. A estabilidade macroeconômica foi perseguida, enquanto os países latino-ameicanos sofreram flutuações exageradas.
Foram evitadas medidas que resultavam na valorização exagerada das suas taxas de câmbio, e os chamados FDI – Investimentos Estrangeiros Diretos tiveram um papel importante, pois acabam intensificando os fluxos de comércio, tanto da importação dos equipamentos e tecnologias indispensáveis, como criando mercados para a exportação de produtos elaborados, ainda que de origem nas matérias-primas primárias.
Para os interessados nos volumosos dados contidos nestes estudos, com detalhamentos por países, bem com a extensa bibliografia mencionada, recomendamos o exame direto deste importante documento que na OECD está identificada como:
TAD/TC/WP(2007)6/PART2/A/FINAL
Tentando entender por que houve diferenças nestes comportamentos relacionados ao comércio internacional entre os países, como sugeridos nestes estudos, pode-se levantar uma hipótese a ser verificada. Os países do Sudeste Asiático contam com fortes participações de populações de origem chinesa e indiana, que, além de contar com culturas milenares voltadas ao comércio, utilizam seus relacionamentos com seus compatriotas da mesma origem espalhadas pelo mundo, para trocar informações sobre os produtos competitivos em cada localidade.