Mudanças Na Política Monetária Japonesa
14 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Banco do Japão facilita a expansão do iene, deve desvalorizar o câmbio e facilitar o crescimento econômico., notícias em diversos jornais internacionais | 2 Comentários »
Todos sabem que a economia japonesa veio registrando um crescimento baixo nos últimos meses, e entre as dificuldades para o seu crescimento, além do cenário internacional adverso, está a exagerada valorização do seu câmbio. As exportações japonesas, que sempre foram importantes, encontram grandes dificuldades para se tornar competitivas, até porque se registra um forte influxo de moedas estrangeiras. De outro lado, tanto os juros são baixos no Japão como a sua inflação.
Diante dos números que vieram sendo divulgados, e sem contar com a cooperação norte-americana que mantém a sua política chamada de “monetary easing” ampliando os seus meios de pagamento como forma de desvalorizar o dólar perante as demais moedas, as autoridades japonesas decidiram tomar uma atitude vigorosa, tentando ativar a sua economia. Na realidade, os bancos centrais sempre mantiveram um olho no crescimento, ainda que sua meta principal seja o do controle da inflação.
Sede do Bank of Japan em Tóquio e seu presidente Masaaki Shirakawa
Sempre existem críticas sobre as autoridades monetárias afirmando que estão cedendo às pressões políticas. No entanto, elas não se orientam exclusivamente com os objetivos de controlar a inflação, mas consideram o cenário geral de sua economia. Os Estados Unidos, com o seu FED – Sistema Federal de Reservas, nas decisões sobre as taxas de juros e controle monetário, sempre consideraram o conjunto de indicadores que também envolvem o lado real da economia. Foram os precursores das demais orientações dos Bancos Centrais.
Para o sistema bancário, que no mundo passou a contar com uma posição estratégica, é preferível que fique com liberdade máxima para as suas atividades, que permitem um lucro que não vem sendo obtido pelos demais setores da economia. É evidente que autonomia do Banco Central deve ser a máxima possível, mas precisa estar coordenada com as demais autoridades como as fiscais, pois estas dependem do Poder Executivo que foi eleito, e em muitos países a política monetária precisa prestar contas ao Congresso.
No caso japonês, o The Bank of Japan conta com a participação de uma personalidade designada pelo setor privado, que é mais sensível ao que está acontecendo no lado real da economia. Tudo isto mostra que a arte do exercício da política econômica exige uma complexa coordenação, pois o desentendimento entre a política fiscal e monetária pode conduzir a crescentes dificuldades para toda a população.
Ainda que haja reações às medidas das autoridades monetárias japonesas, internas e externas, é preciso considerar que elas são necessárias, e podem conduzir a novas negociações internacionais, como quando se estabeleceram objetivos cambiais razoáveis para todas as partes.
Será que a economia japonesa, Toyota e Honda vão se recuperar logo?
Cara Yuki,
A economia japonesa se esforça para se recuperar e está aumentando os seus investimentos no exterior. A Honda e a Toyota estão promovendo reciclagens para poder competir no mercado internacional, mas este processo é lento.
Paulo Yokota