Brasil Necessita de Mais Investimentos em Tecnologia
5 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: competitividade, melhorias, o crucial é a tecnologia, setor industrial como agronegócios | 2 Comentários »
Muitas são as reclamações dos empresários brasileiros, industriais ou dos agronegócios, reclamando sobre as faltas de suas competitividades internacionais relacionadas com os diversos custos brasileiros. Ao que se soma um câmbio desfavorável com o exagerado influxo de recursos financeiros que acabam provocando a sua valorização. Como os constantes do relatório mensal do IEDI – Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial, publicado por Geraldo Barros, professor da USP e coordenador científico do Cepea/Esalq/USP na Folha de S.Paulo.
Mesmo com a tendência de redução da taxa de juros, pequenas melhorias na infraestrutura e diminuição de alguns impostos, constatam-se que os investimentos nas pesquisas e desenvolvimento e introdução de novas tecnologias competitivas ainda estão abaixo do desejável. O Brasil foi auxiliado na última década pela expansão da economia mundial e dos preços de muitas commodities exportadas, mas fez pouco para a real melhoria de sua capacidade produtiva nas áreas agrícolas e industriais.
Geraldo Barros
É evidente que a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias vem fazendo os seus esforços, mas existe uma necessidade de uma verdadeira galvanização do setor agrícola brasileiro no aumento das pesquisas e introdução de novas tecnologias, como se faz no resto do mundo. Os milhares de unidades privadas que se espalham pelo Brasil precisam estar conscientes que somente com a melhoria da produtividade é que vai se manter competitivo, num mundo que não cresce como no passado e onde os preços internacionais não devem continuar crescendo.
Da mesma forma, no setor industrial, ao mesmo tempo em que vai se corrigindo uma série de itens relacionados com o “custo Brasil” é preciso constatar que os concorrentes internacionais continuam investindo em pesquisas e desenvolvimento, introduzindo continuamente novas tecnologias. Eles também têm seus problemas, mas estes desafios precisam ser neutralizados, ao mesmo que muitas empresas passem a ter uma atuação internacional, para neutralizar os efeitos cambiais.
Ninguém pode assegurar no atual mundo globalizado e convulsionado quais as tendências cambiais, pois cada país está tentando defender os seus interesses, não havendo mais condições para o estabelecimento de um tipo de Acordo de Plaza, onde se impôs que alguns países arcassem com câmbios valorizados.
Existe uma “guerra cambial” onde os instrumentos utilizados são os mais variados, até por que todos estão procurando conquistar os seus lugares ao sol. Uns desejando se recuperar da atual recessão por que passam outros para conquistarem melhores condições de bem estar para suas populações.
Quem ficar parado será atropelado…
O grande problema dos governantes brasileiros é que eles reclamam de ”x” países que utilizam de desvalorização da sua moeda e outros meios para permitir uma maior exportação e competitividade das suas empresas. Reclamam como se isto ou aquilo fosse prejudicial ao Brasil lá fora, e tentam persuadir os outros governos a afrouxarem suas medidas pra não prejudicar o Brasil. Isto não podia estar mais errado! Porque governos de países sérios fazem medidas pra ajudar suas economias e estão pouco se importando se é ruim pra seu vizinho o não.
É ruim pra o Brasil? Que peninha, não vá tratar de que criar medidas para desvalorizar sua moeda também e diminuir o custo Brasil não, ou fica aí sentado de mimimi reclamando disso ou daquilo como se precisasse de outros países para ajuda-lo na economia. O mundo é selva lá fora, passe a ação e evolua. Pare de fazer auto-sabotagem e alavanque a economia melhorando seus pontos fracos.
Caro Tiago,
Todos nós temos que cuidar dos nossos interesses, mas o tsunami de recursos dos países desenvolvidos não estão ajudando nem a eles. Vivemos num mundo globalizado, e a longo prazo, dependemos uns dos outros. As atuais medidas estão somente ajudando os bancos e os trilhões de dólares e euros no estão criando demanda nestes países, pois quebrou-se a confiança. As empresas não investem no aumento da produção, criando empregos e rendas, mas destinam seus recursos para “meras especulações financeiras”. Isto provoca a atual guerra cambial, que está prejudicando a todos. Vamos nos defender, e temos que elevar a nossa eficiência. Mas, já houve acordos como o de Plaza, e se estamos sendo afetados, temos que gritar e não aceitar simplesmente políticas que só ajudam os bancos. As nossas críticas são iguais a de outros analistas do mundo desenvolvido.
Pela primeira vez, no G20, na reunião do México, colocou-se que os fluxos financeiros precisam ter um controle mais rigoroso, pois são vários multiplos do que acontece no comércio internacional de produtos para atender ao bem estar de todos.
Paulo Yokota