O Embaixador Edmundo Fujita o Brasil e a Ásia do Leste
1 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo comparativo do Brasil, China e Coreia do Sul, diversas parcerias, japao, publicado na Revista Política Externa | 2 Comentários »
Edmundo Sussumu Fujita, atual embaixador do Brasil na Coreia do Sul, foi Diretor do Departamento de Ásia e Oceania do Itamaraty, embaixador do Brasil na Indonésia e com a experiência acumulada nos longos anos de diplomacia publicou um excelente artigo na Revista Política Externa, volume 20-2, no número correspondente a setembro a novembro de 2011. A Revista, com 17 anos de existência, é uma publicação trimestral destinada a discutir as principais questões das relações internacionais e economia política mundial, sob a perspectiva brasileira. É uma parceria da Editora Paz e Terra e do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais e Política Comparada da USP.
O texto é de responsabilidade pessoal do autor e na sua introdução consta que “a teoria econômica, a prática política e a realidade social nem sempre perfilam lógicas comparáveis”. O artigo é denso, coloca adequadamente os problemas contemporâneos enfrentados pelo mundo, propondo uma “cooperação sinergética entre diversos parceiros, tomando por base três vertentes essenciais ao crescimento, quais sejam o Estado, a empresa e a tecnologia”.
Edmundo Sussumu Fujita
Ele faz um histórico desde os anos 50 do século passado, quando o Brasil tinha um PIB de US$ 15 bilhões, com renda per capita de US$ 208, a China um PIB de US$ 61 bilhões, mas com renda per capita de US$ 92, e a Coreia do Sul, de US$ 4 bilhões e renda per capita de US$ 150.
Em 2010, este quadro tinha se alterado totalmente, com a velocidade do crescimento brasileiro abaixo dos que vieram registrando pelos países da Ásia do leste. O Brasil passou a conta com um PIB de US$ 2,090 trilhões, com renda per capita de US$ 10.816, a China com PIB de US$ 5,878 trilhões e renda per capita de US$ 4.382, o Japão com um PIB de US$ 5,485 trilhões e renda per capita de US$ 42.820 e a Coreia do Sul com PIB de US$ 1,007 trilhão e a renda per capita de US$ 20.591.
Resumidamente, em termos de PIB, a China e o Japão possuem o equivalente a duas vezes e meio o brasileiro, enquanto o Japão e a Coreia do Sul estão com rendas per capita que representam o quádruplo e o dobro da brasileira. A classe média e alta, mais difícil de ser estimada, conta com algo como 50 milhões de brasileiros, enquanto a chinesa já chega a cerca de 400 milhões no mínimo, bem mais que o total da população dos Estados Unidos, da Indonésia ou do Brasil. A China já é a segunda economia do mundo, o Japão a terceira e a Coreia do Sul a décima quinta, com o Brasil voltando a ser a sétima.
O que pode se notar, pelo artigo, é que os desenvolvimentos de todos estes países dependeram fortemente da inovação tecnológica, onde a qualidade educacional é de fundamental importância. Em todos eles, volta-se, agora, novamente ao tipo do Japan Inc. que existiu na década dos 60 e 70 do século passado, com forte indução governamental.
O artigo informa, com detalhes, as características próprias de cada um destes países, procurando destacar as políticas econômicas que foram adotadas. Procura, também, classificar os tipos de parcerias que foram estabelecidas pelo Brasil com o Japão enfatizando suas complementaridades, com a China dentro da orientação Sul-Sul e as possibilidades de parcerias possíveis com a Coreia do Sul, científica e tecnológica, de forma inovadora.
O embaixador Edmundo Sussumu Fujita coloca que vê como imperativo a abertura de novos horizontes, permitindo que estas parcerias destaquem: a) Retomada do desenvolvimento global, b) Emprego eficiente de energias renováveis e não renováveis e sua compatibilização com preocupações ambientais e climáticas, c) Melhoria da Qualidade de vida no país, d) Melhoria da qualidade de vida entre os países, e) Apoio governamental conjunto.
O trabalho foi concluído em julho de 2011, com as compreensíveis demoras para a sua publicação, numa revista quadrimestral. De qualquer forma é um trabalho fundamental para todos aqueles que se interessam pelos relacionamentos brasileiros com os países asiáticos, que estão se intensificando.
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Obrigado pela menção.
Paulo Yokota