Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Utilização das Reservas Cambiais

28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dispêndios externos, opções difíceis, recursos que podem fazer falta

As economias em desenvolvimento, como as emergentes como a do Brasil, tendem a necessitar de divisas para arcar com os compromissos externos decorrentes das importações necessárias de equipamentos com tecnologia avançada, honrar os empréstimos obtidos no passado, bem como seus serviços de juros. Ainda que conte momentaneamente com um forte influxo de recursos de financiamentos externos, acumulando as nossas reservas e tendendo a valorizar o câmbio, a possibilidade de necessitar de poupanças externas para arcar com os investimentos indispensáveis no futuro é bastante grande. Entre os dispêndios que não afetam demasiadamente o processo de desenvolvimento estão os decorrentes do turismo externo e as importações a ele associados.

Quando do término da Segunda Guerra Mundial, o Brasil contava com uma reserva externa razoável que acabou sendo utilizada para a importação de quinquilharias como gomas de mascar e uvas passas, mesmo considerando que deveria ser evitada a elevação da sua tributação. Era ainda um período em que a intervenção governamental era elevada na pauta das importações. Os tributos mais elevados de importação acabam estimulando a substituição das mesmas com produções locais, quando o desejável era o incentivo às produções locais de equipamentos e matérias-primas indispensáveis ao desenvolvimento brasileiro.

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Ator Humberto Carrão causa tumulto entre turistas brasileiros na Disney

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Turistas brasileiros são um dos que mais gastam em compras no exteior

O câmbio atual do real brasileiro estimula demasiadamente o turismo externo, que se torna mais barato que o interno que criam empregos no Brasil. Os turistas externos também acabam desestimulados a visitarem o país, pois os preços locais ficam exagerados, deixando o setor de turismo altamente deficitário. O governo vem procurando manter uma taxa de câmbio que seja razoável, tanto baixando os juros internos para reduzir o influxo de recursos financeiros como adquirindo reservas quando indispensável. O tsunami dos recursos externos vem obrigando as autoridades a intervenções desta natureza, que sempre são artificiais.

O turismo externo também estimula muitas importações de produtos que poderiam ser produzidos internamente ou daqueles que ingressando regularmente pagariam todas as tarifas indispensáveis. Além das cotas de importações de objetos de uso pessoal, acabam havendo outros, pois a fiscalização de todas as bagagens dos turistas é impraticável.

Sempre existem turismos que fazem com que os brasileiros tomem conhecimentos de produtos existentes no exterior, ainda indisponíveis no Brasil. Ou até aqueles em que empresários brasileiros acabam identificando oportunidades de exportação. Mas quando este turismo acaba ganhando a dimensão da atual, fazendo com que os brasileiros acabem com a fama de serem os maiores gastadores de dólares no exterior, há que se admitir que ocorra um exagero que poderia ser controlado.

Ainda que seja impopular, podendo gerar reações externas, parece que o estabelecimento de algum tipo de encargo para o turismo externo parece recomendável. Não se pode dar ao luxo de despender tão irresponsavelmente as divisas geradas com tanto sacrifício, sem nenhuma demagogia. É uma questão de prioridade.