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Intercâmbio Acadêmico da FGV com a Tsinghua

25 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cursos, intercâmbio de professores, outras iniciativas, parceria da FGV com Tsinghua, pesquisas | 2 Comentários »

Um artigo publicado por Letícia Arcoverde no Valor Econômico informa que a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas assinou um acordo de cooperação com a Escola de Economia e Administração da prestigiosa Universidade chinesa de Tsinghua por onde passaram os mais importantes dirigentes recentes da China. Já havia um intercâmbio de alguns estudantes e agora a diretora da EAESP, professora Maria Tereza Leme Fleury, que esteve com o diretor Chen Guoqing da escola chinesa, diz que haverá pesquisas acadêmicas conjuntas, como maior intercâmbio de professores, dentro de um acordo firmado pelas duas instituições.

Os intercâmbios dos alunos costumam ser temporários, mas os aprofundamentos das relações entre professores e pesquisadores devem deixar resíduos permanentes. No ano passado, a escola chinesa abriu um centro de pesquisa sobre a América Latina que estuda assuntos legais, econômicos, culturais e os relacionados com as inovações na região.

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Maria Tereza Leme Fleury e Chen Guoqing

Os intercâmbios de professores visam ministrar aulas sobre a cultura e os negócios em ambos os países. Estes tipos de acordos estão se proliferando, não somente com a China, mas nota-se que, acompanhando o volume do intercâmbio comercial e dos investimentos, as instituições acadêmicas sentem a necessidade de proporcionar condições para o aprimoramento dos conhecimentos recíprocos de forma mais ampla.

Espera-se com o acordo que se ampliem os conhecimentos sobre os modelos de gestões adotados nos dois países. Também a FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado está estimulando estes tipos de relações que, além de instalarem as atividades do Instituto Confúcio, visando o ensino do mandarim e da cultura chinesa, procuram aperfeiçoar os recursos humanos voltados à intensificação dos intercâmbios econômicos e comerciais. Espera-se que outras instituições de ensino e pesquisa ampliem entendimentos semelhantes.

Parece mais que natural e necessário, com o atual volume de intercâmbio entre os dois países, que se intensifiquem os relacionamentos diretos entre as instituições acadêmicas que podem se estender para outros setores do conhecimento, permitindo o aperfeiçoamento das tecnologias e conhecimentos científicos disponíveis em ambos os países.


2 Comentários para “Intercâmbio Acadêmico da FGV com a Tsinghua”

  1. Lucília Lopes Silva
    1  escreveu às 08:00 em 26 de abril de 2012:

    Notícia muito interessante e alvissareira, porque até então fazíamos intercâmbio com Universidades prestigiadas, sim, mas que formaram todos os principais causadores da atual crise financeira mundial. CEOs que transitam entre empresa e governo, ocupam cargos na esfera privada e pública, de forma inescrupulosa, a objetivar tão-somente seus próprios lucros pessoais. As empresas que administraram foram à falência, mas eles continuaram a receber bônus de dezenas de milhões; e uma em especial, lucrou $ 14 bilhões ao apostar na crise, ao apostar contra os próprios papéis que vendia aos seus clientes. A crise foi ocasionada por essa falta total de ética, ou seja, falta de honestidade, de sinceridade, essa ausência total de apreço e compromisso com seus clientes. Esse tipo de “ensino”, ministrado nas prestigiadas Universidades em que se formaram esses CEOs – não deve ser multiplicado pelo mundo, mas banido definitivamente, porque geraram e continuam a gerar enormes prejuízos financeiros e sociais. Quem ainda não assistiu o documentário Inside Job, não deixe de fazê-lo.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:50 em 26 de abril de 2012:

    Cara Lucília Lopes Silva,

    Muito obrigado pelos seus comentários. Existe muito de verdade nos seus comentários, mas a generalização é sempre perigosa. Acredito que, mesmo existindo limitações principalmente nos países emergentes, a oferta de alternativas sempre é interessante.

    Paulo Yokota