Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Lições das Cúpulas das Américas para o Rio + 20

16 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: conclusões indispensáveis, preparação mínima, reuniões de cúpula com retrocessos

Todos os jornais estão noticiando que a 6ª Cúpula das Américas realizada em Cartagena, na Colômbia, reunindo os presidentes de 30 países das Américas, inclusive Barack Obama, dos Estados Unidos, e Dilma Rousseff, do Brasil, foi um fracasso, não se conseguindo sequer um acordo sobre um comunicado conjunto. Dois tópicos parecem ter sido os que não unificaram as posições dos participantes, a participação de Cuba nas próximas reuniões do grupo que vêm sendo realizadas desde 1994 e a menção de Folkland/Malvinas em solidariedade às pretensões da Argentina.

Na ânsia de aumentar a presença mundial de países que ganharam importância internacional nos últimos anos, vêm se repetindo reuniões de cúpula sem o adequado preparado de um mínimo de base consensual. Sem a apresentação de alguns resultados objetivos, o recomendável é que estas reuniões não se repitam como parece que está sendo cogitado no caso da Cúpula das Américas. Os mais experientes sabem que costuma haver uma minuta de decisões mínimas preparadas antecipadamente pelos diplomatas dos principais países participantes, que acabam recebendo somente um reforço dos dirigentes máximos.

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Isto vem mostrando a conveniência de um adequado preparo da próxima reunião do Rio + 20 do próximo mês de junho. Todos sabem que os esforços de manutenção do meio ambiente se tornam mais difíceis nos momentos de crise econômica, pois, dentro da miopia humana, os esforços para a recuperação da atividade acabam ganhando prioridade.

Se avanços se tornam difíceis, há que se fazer um grande esforço para que as pretensões sejam realistas até porque a adesão à reunião não parece despertar grande interesse. Todos desejam aparecer bem nas fotografias, mas, se não podem apresentar grandes novidades, podem se livrar de fracassos.

Tudo indica que uma posição pragmática deva ser adotada com o preparo de um mínimo, enfatizando alguns avanços sobre temas que continuam sem a adesão de grandes países poluidores como os Estados Unidos e a China. As próximas eleições americanas exigem que os candidatos se concentrem nos objetivos da criação de empregos, sem que encargos adicionais para a produção sejam adicionados.

A China passa também por um difícil período em que reformas importantes sejam adotadas, mesmo dentro de um quadro de redução do seu ritmo de crescimento. Mesmo o Brasil, país sede da reunião, luta com dificuldades para apresentar uma performance indiscutível no que se refere à melhoria do meio ambiente.

Ainda que avanços venham sendo registrados em uma série de setores mundo afora, parece conveniente que os mesmo sejam ressaltados, sem que sejam outros países sejam obrigados a fazer as suas introduções, principalmente quando são onerosos.

Mesmo com a manifestação ruidosa de muitos movimentos voluntários voltados aos esforços ambientalistas, deve se entender que os mesmo não possuem as responsabilidades governamentais, sendo somente a expressão de elogiáveis desejos.

De qualquer forma, espera-se que haja espaço para algum otimismo, mas sempre é conveniente que haja muita cautela.