Nova Ação Brasileira no Mundo Globalizado
2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a força do exemplo realizado, além do discurso, contribuições relevantes
Muitos analistas estão enfatizando somente os discursos feitos pelo Brasil e parceiros na última reunião dos BRICS, países com características diferentes, sem reconhecer devidamente as ações concretas dos brasileiros e de outros membros do grupo que contribuem para o novo cenário internacional. É evidente que as críticas às políticas adotadas pelos países já desenvolvidos ficaram mais explícitas. Elas geraram problemas financeiros para muitos e agora só estão remediando alguns dos seus próprios problemas, sem contribuir para a melhoria do quadro geral mundial e até pelo contrário, mas este não parece ser o ponto principal do que está acontecendo no mundo.
Na realidade, os países emergentes estão ampliando seus mercados internos e promovendo a sensível melhoria de distribuição de renda na sua economia, como é marcante no exemplo do Brasil, até dentro de um quadro de sólida consolidação democrática do ponto de vista político. A troca de experiências entre os países membros do BRICS pode ajudar na melhoria da política em cada de um deles que apresentam limitações diferentes.
O Brasil mostra que seu quadro econômico pode melhorar, mesmo com suas limitações e abaixo do desejável, ao mesmo tempo em que surpreende com a sua viva e longa convivência democrática, que consegue eleger um operário para o cargo de seu presidente, ou uma mulher descendente de imigrante e contestadora do regime autoritário para a sua sucessão, com restrições suaves de todos. A oposição ao governo não se concentra no campo ideológico ou programático, mas na eventual aglomeração de diversos setores descontentes com algumas de suas ações. Mais que os partidos, são as bancadas, como a ruralista, da saúde, dos evangélicos etc., que acabam assumindo maior importância.
As liberdades democráticas estão em razoável vigência, com crescente respeito aos direitos humanos, o que parece não ter sido ainda alcançado ainda entre todos os membros do BRICS.
Dentro de sua ainda jovem organização social o Brasil mostra que a convivência de diversas etnias e culturas é possível e que sua miscigenação propicia o aumento da criatividade, permitindo uma forma alegre e descontraída de viver, com uma dinâmica e própria atividade cultural, diferenciada regionalmente, mesmo que sua história não seja tão longa e a sua cultura tão profunda.
Carece de visões de longo prazo que já foram conseguidas por países como a China e a Índia com a repetição de planos quinquenais. Mesmo sem o preparo dos recursos humanos brasileiros ao nível desejável, o seu desemprego é baixo, atraindo parte dos que estão disponíveis em outros países.
Exerce um papel importante no suprimento das matérias-primas indispensável no mundo, conta com uma matriz energética invejável e atende de forma substancial o abastecimento mundial de alimentos. Reconhece sua insuficiência nos desenvolvimentos tecnológicos generalizado, ainda que conte com os necessários em alguns setores de sua economia. Procura superar as suas limitações de infraestrutura e criar condições de competitividade internacional de suas empresas.
Dispondo de amplos recursos naturais diversificados, inclusive de amplas terras aráveis e água potável, procura contribuir na manutenção do meio ambiente para um desenvolvimento sustentável, mesmo com algumas limitações naturais das economias ainda em estágios emergentes.
Mesmo sem uma população de mais de um bilhão, com um ritmo de crescimento econômico somente modesto, vai encontrando os seus caminhos, mesmo que reformas substanciais tenham que ser efetuados em muitos dos seus setores, como também ocorre com outros membros do BRICS e que são devidamente reconhecidos pelas suas autoridades.
Esta troca de experiências também são contribuições que não podem ser desprezadas que não servem somente para os países membros do BRICS, mas muitos outros que estão atingindo características semelhantes, denotando uma melhoria no padrão de vida de muitos povos.
Ao mesmo tempo em reivindicam que os mecanismos de melhor governança mundial sejam melhores compartilhados por todos os países, mesmo com as dificuldades operacionais em organismos com maior número de membros.
A realidade mundial está sofrendo grandes mudanças e atritos no seu processo de aperfeiçoamentos são compreensíveis, mas não podem ocorrer mais soluções impostas por poucos. Há que se buscar meios de convivência entre os que pensam de formas diferentes, e o Brasil vem contribuindo com atos concretos que isto é possível, sem o emprego da violência.