Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Artigo Conjunto dos Presidentes do BID e do ABD

15 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do presidente do BID, e presidente do ADB, globalização, Haruhiko Kuroda, Luis Alberto Moreno

Um artigo conjunto do presidente do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, e do presidente do ADB – Asian Development Bank, Haruhiko Kuroda, foi publicado pelo jornal Valor Econômico. Eles mencionam que há cinco séculos as embarcações espanholas (deixaram de mencionar os portugueses) percorriam a América Latina e a Ásia, ligando parceiros comerciais. As relações das Índias Orientais e Índias Ocidentais eram sólidas, segundo os autores. Hoje, desde 2000 até 2011, o comércio entre as duas regiões cresceram anualmente a uma média de 20%, chegando a um montante de US$ 442 bilhões.

Também os fluxos de investimentos e financiamentos aumentaram significativamente, bem como 18 acordos de livre comércio foram firmados nos últimos 8 anos. Não mencionaram que o Brasil ficou atrasado neste processo, por tentar acordos mundiais como a rodada de Doha. Anunciam que foi publicado por ambos os bancos um relatório com o título “Construindo o futuro das relações entre América Latina, Caribe e Ásia”.

logo_asia_comentada

Os autores ressaltam a importância da troca de experiências entre as duas regiões, além da listagem das oportunidades de investimentos e laços comerciais. Entendem que a América Latina tem muito a aprender com a Ásia sobre educação e tecnologia de alto nível.

A Ásia, por sua vez, poderia aprender com a redução da pobreza que está se observando na América Latina, com seus programas de proteção social, práticas agrícolas e sustentabilidade. Eles lembram que a Ásia não é somente a China, a Índia e o Japão, como a América Latina não se resume no Brasil, Argentina e México.

Reconhecem a deficiência no sistema logístico entre as duas regiões, necessitando passar do intercâmbio de produtos primários para os manufaturados. Ressaltam que os dois bancos firmaram acordos para a cooperação Sul-Sul, envolvendo complexas questões de integração regional.

Estas manifestações são importantes, mas historicamente os dois bancos não desempenharam um papel estratégico para o aumento do intercâmbio entre as duas regiões. Poderiam auxiliar nos projetos futuros, pois até agora as iniciativas entre os países têm sido mais importantes que os que envolvem as duas regiões, onde as diferenças entre os países continuam sendo importantes.

Há que se identificarem pontos de interesses que sejam comuns ao conjunto dos países de ambas as regiões e certamente o sistema logístico figura entre eles.