Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Diminuição da Pobreza no Mundo

14 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: crise ofusca a redução da pobreza absoluta, importância do que está acontecendo, The Economist cuida do assunto

É compreensível que todos se preocupem somente com o que acontece ao seu redor, com poucos se importando se a pobreza absoluta está sendo reduzida em todo o mundo, mesmo nestes anos recentes de crise. The Economist, que costuma abordar também o que acontece em todo mundo, publicou um artigo mostrando que, mesmo com a pior crise mundial depois de 1930 e o maior aumento do preço dos alimentos desde 1970, o número de pobres está diminuindo no mundo. A melhor estimativa deste fenômeno, segundo o artigo, vem do Grupo de Pesquisa do Desenvolvimento do Banco Mundial, que atualizou os dados de absoluta pobreza desde 2005.

Os dados se referem à população que vive com menos de US$ 1,25 por dia aos preços de 2005, que caiu em todo o mundo desde que o Banco Mundial começou a coletar estes dados em 1981. O mesmo ocorreu com os que vivem com menos de US$ 2,00, com os dados agrupados para o mundo, Sul da Ásia, África Subsaarana, Leste Asiático e Pacífico e China. Sendo que os dados mais expressivos estão no Sul da Ásia e na África Subsaarana, em que pesem todos os problemas que enfrentam.

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Os dados disponíveis para 2010 ainda são parciais, mas o Banco informa que eles mostram que esta pobreza absoluta caiu para metade do que era em 1990, atingindo antecipadamente a meta que foi estabelecida pelas Nações Unidas para 2015. Deveria ser uma notícia amplamente divulgada no mundo, mas não se encontra na imprensa mundial.

Em que pesem as críticas que costumam ser feitas à China, um grande crédito destes esforços se deve a ela, como ressalta o artigo, que desde 1981 retirou 660 milhões de habitantes da pobreza absoluta. Ela era de 77% de sua população em 1980, e chegou em 2008 com 14%.

Se a China impressiona com a melhoria de longo prazo, a África está provocando as mais recentes mudanças no sentido contrário, que aumentou esta população de 205 milhões em 1981 para 395 milhões em 2005, quase dobrando. Pioras menos dramáticas ocorreram na América Latina, do Leste Europeu e na Ásia Central no mesmo período, mas estão sendo revertidos agora.

Apesar dos receios sobre os possíveis resultados dos programas para eliminação da pobreza absoluta, os dados estão mostrando melhoras recentes. Dados de outras fontes, como a FAO, que projetavam quadros pessimistas sobre a fome foram abandonados, com as melhoras em 2008 com relação a 2006. Estes pobres não foram atingidos pela recente crise econômica.

Estes e outros dados disponíveis deveriam reverter as críticas que são feitas à presidente Dilma Rousseff que persegue a eliminação completa da pobreza absoluta, e a melhoria que estão sendo alcançados por programas como a Bolsa Família desde o governo Lula da Silva.

O fato concreto é que no atual estágio do desenvolvimento mundial, a pobreza absoluta não é aceitável, e programas sociais, mesmo com seus defeitos, estão sendo implementados em todo o mundo, e deverão se ampliar com a crise que atinge mais fortemente o mundo chamado desenvolvido.