Globalização no Preparo de Recursos Humanos
21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: direções variadas, fluxos internacionais de estudantes, instalações de unidades nos países emergentes
Um interessante artigo dos jornalistas Ken Moriyasu e Satoshi Iwaki, do jornal econômico Nikkei, informa a diversificação dos fluxos de estudantes de pós-graduação no atual mundo globalizado. Até algumas décadas, notava-se o aumento de estudantes chineses nas prestigiosas universidades, principalmente as norte-americanas. Informa-se que em 2010 estimavam-se mais de 150 mil chineses e mais de 100 mil hindus nas universidades norte-americanas, representando cerca de um terço dos estrangeiros, gastando cerca de US$ 20 bilhões por ano. Mas com a crise depois de 2008, os subsídios e os levantamentos de recursos para bolsas e pesquisas sofreram reduções.
Hoje nota-se a intensificação de cursos de universidades estrangeiras na China e na Índia, notadamente, tanto para aproveitar as populações ascendentes destes países por estudos complementares, como de estrangeiros que pretendem fazer carreiras nestes países emergentes. O artigo informa que somente no mês passado instalaram-se na China unidades da Monash University da Austrália em Suzhou, província de Jiangsu, como da Queen’s University de Belfast, uma instituição de pesquisa britânica, com campus em Shenyang, província de Liaoning.
Prédio da Universidade de Pequim / Harvard Business School em Mumbai, India
A famosa Stanford University estabeleceu o Stanford Center on Peking Univeristy, com o projeto arquitetônico baseado na tradicional chinesa. A Harvand Business School abriu sua unidade em Mumbai, na Índia. Como os hindus exigem muito em conhecimento de matemática e física, o artigo indica que não é comum estudantes que não conseguem ingresso no Indian Institute of Technology entrarem na famosa MIT – Massachusetts Institute of Technology dos Estados Unidos.
Sempre houve o risco de estudantes asiáticos, depois de concluídos os seus estudos, permanecerem no exterior, o que está obrigando que os estudantes superiores de medicina subsidiados pela Índia assumam o compromisso de trabalhar alguns anos depois no país de origem.
Com a expansão das economias nos países emergentes, inclusive no Brasil, está aumentando estudantes provenientes dos países desenvolvidos completarem o estudo nestes países, visando obterem empregos promissores.
As universidades japonesas, como a de Tokyo, Hitotsubashi, Waseda e outras, também estão procurando recrutar estudantes em outros países asiáticos, notadamente na China e na Índia. Tudo isto está mostrando que no atual processo de globalização, os fluxos não ocorrem mais somente num sentido, mas em variados, dependendo das potencialidades que oferecem em formação, pesquisa como empregos futuros.
Também o nível de ensino nas universidades dos países emergentes está melhorando, tanto com o intercâmbio de professores como de pesquisadores, havendo alguns centros de excelência que não se resumem somente aos países desenvolvidos. Acentuam-se saudáveis concorrências.