Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Papel das Mulheres nas Economias Asiáticas

16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: algumas lideranças destacadas, dificuldades na média, influencias culturais

Há um evidente contraste na Ásia: enquanto algumas mulheres conseguem galgar as posições máximas, mais que em outras regiões no mundo, na média das sociedades asiáticas elas continuam contando com restrições culturais para a sua ascensão. Aquelas que superam estes obstáculos acabam se destacando. Um artigo publicado por Vishakha N.Desai, Astrid S. Tuminez e Gerald Rolfe no Project Syndicate procura discutir estas questões complexas.

Os autores observam que as atenções mundiais se voltam hoje para a Ásia, principalmente a China e a Índia. As performances recentes de suas economias, a dimensão populacional, os desenvolvimentos tecnológicos e a vitalidade empresarial ajudam neste processo, que se espalha pelo Sudeste Asiático, ao mesmo tempo em que o Japão e a Coreia mantêm os níveis já conquistados. Mas, segundo o artigo, continuam se estimando que cerca de 1,3 milhão de meninas por ano não chegam ao nascimento, somente na China e na Índia.

imagesimagesCA0TCMW6EVENT_003

O artigo informa que o relatório do World Economic Forum’s Global Gender Gap Report 2011 mostra que as mulheres também estão se beneficiando da melhoria econômica na Ásia, apesar das discriminações existentes. Fizeram progressos na saúde, educação, oportunidades econômicas, na política, conquistando lideranças, inclusive como chefes de Estado e de governo.

No emprego, também as diferenças foram reduzidas, inclusive nas Filipinas, Austrália, Nova Zelândia na área do Pacífico, o mesmo acontecendo em Cingapura, Mongólia, Tailândia e Malásia. Mas os problemas continuam graves no Sri Lanka, Bangladesh, Índia, Nepal, Paquistão, mesmo com eventuais mulheres ocupando posições de poder.

No Japão, 70% das mulheres não conseguem passar da chamada média administração para a superior, 56% na China e 46% em Cingapura. Elas ficam concentradas nas atividades consideradas mais convenientes para as mulheres, como cuidar das crianças e dos idosos. Algumas campanhas estão sendo desenvolvidas para superar estas diferenças, ainda com resultados limitados.

Alguns países como o Paquistão e a Indonésia conseguiram exemplos onde mulheres conquistaram posições na administração pública, na polícia, e muitas agências não governamentais estão lutando para superar as barreiras. Em algumas localidades, as autoridades estão concedendo acesso ao financiamento, treinamento, tecnologia e redes, reconhecendo que até mesmo no meio rural elas estão se tornando chefes de famílias.

No Banco Mundial, o recente World Development Report 2012 está se posicionando que a igualdade entre os sexos é um valor em si, e não somente um meio para o desenvolvimento econômico e aumento da eficiência. Os autores do artigo também se empenham na mesma orientação.

Observa-se que no Brasil, com a Dilma Rousseff conquistando a posição de presidente da República, o governo se empenha no mesmo sentido que as mulheres ocupem posições de destaque, em qualquer setor da sociedade brasileira. Mas constata-se ainda que esforços adicionais tenham que ser desenvolvidos para que a diferença de sexo não seja motivo para qualquer tratamento diferenciado.