Pesquisa da CEBC Sobre as Empresas Brasileiras na China
20 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diferenças das chinesas no Brasil, recomendações, relatório do CEBC sobre as empresas brasileiras na China | 2 Comentários »
Existem estudos sistemáticos por décadas efetuados pelo atual JBIC – Japan Bank for International Cooperation mostrando que os investimentos efetuados no exterior ajudam a aumentar o intercâmbio bilateral. O CEBC – Centro Empresarial Brasil China, presidido no Brasil pelo embaixador Sérgio Amaral, que reúne empresas brasileiras e chinesas, vem elaborando estudos importantes sobre estes investimentos diretos. O elaborado no ano passado pelo professor Barros de Castro mostrou que os investimentos chineses no Brasil vêm aumentando expressivamente, estimando-se que chegou a US$ 20 bilhões com uma rápida ampliação nos últimos anos. Agora, o CEBC publica um importante estudo mostrando que as empresas brasileiras, em número de 57, mantêm US$ 500 milhões de investimentos diretos na China e, apesar de crescer em número, o montante total não está crescendo.
O mais recente estudo, de junho de 2012, tem o título “Empresas Brasileiras na China: Presenças e Experiências”, e contando com o suporte do Banco do Brasil S.A. que mantém um escritório em Xangai, foi elaborado por Claudio Frischtak, do CEBC, contando com a colaboração destas empresas brasileiras presentes na China no fornecimento dos dados e relatando suas experiências.
Na apresentação do estudo, o embaixador Sérgio Amaral informa que as empresas brasileiras se concentram nos serviços e apresentam grande diversidade. Mas também existem os industriais voltados ao mercado interno da China. Estas empresas possuem experiências diversas, com resultados variados. Algumas devem o seu êxito às parcerias com os chineses, e todos os estudos de diversos países mostram que os relacionamentos com as autoridades, bem como as grandes corporações estatais chinesas, são muito importantes.
Outras empresas brasileiras dispõem de tecnologias que explicam o seu sucesso. O embaixador considera que esta presença é importante, pois permite o conhecimento das condições do mercado chinês, hoje o mais importante no mundo, e que vem crescendo substancialmente. Na medida em que a economia chinesa não pode contar com o mercado mundial em forte expansão, o seu desenvolvimento vai acabar dependendo mais do crescimento do seu mercado interno.
Na sua apresentação, o embaixador Sérgio Amaral explica que mais de 50% das exportações chinesas se voltam para a Ásia, sendo que os investimentos recíprocos são importantes. Muitas empresas estrangeiras fornecem a tecnologia, as matérias-primas básicas, utilizam a mão-de-obra chinesa e providenciam as exportações dos produtos elaborados para o resto do mundo. Deve-se lembrar que a China vem discutindo com o Japão e a Coreia a possibilidade da formação de um mercado comum.
O estudo apresenta um sumário executivo, um histórico dos investimentos estrangeiros, a presença das empresas brasileiras, a experiência por elas colhida, os desafios estratégicos e outras informações preciosas.
“O CEBC conclui que há três iniciativas que dependem basicamente dos atores nacionais e que sinalizam a prioridade dada pelo Brasil à relação entre os dois países”. Primeiro, elevar a visibilidade da relação no plano do governo; segundo, melhorar a coordenação das agências; e, terceiro, o desenho de uma estratégia eficaz.
O estudo é de leitura obrigatória a todos os que se interessam sobre a China, principalmente o seu relacionamento com o Brasil. Muitos empresários expressam suas preocupações que não contam com a clareza da posição brasileira com relação ao seu desenvolvimento, considerando a exportação para qualquer parte do mundo como aspecto estratégico para alavancá-lo.
Boa Tarde!
Estou trabalhando junto com a Embaixada da China no Brasil, e estamos precisando de uma lista das empresas Chinesas no Brasil.
Teria como conseguir esta relação?
Aguardo retorno,
Atenciosamente
Marcia
Cara Marcia,
Se nem a Embaixada da China consegue estes dados, acho difícil que vamos conseguir. Pelo que me lembro, o Embaixador Sérgio Amaral referiu-se que o CEBC estava tentando elaborar esta lista. A dificuldade pode residir nas iniciativas de Taiwan e de chineses que residem em outros países estrangeiros, mas que se mantêm como braços informais da própria China, como muitos pequenos empreendimentos em alguns bairros de São Paulo.
Paulo Yokota