Quarenta Anos dos Horrores da Guerra do Vietnã
4 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: imagens que não saem da nossa lembrança, quarenta anos, uma das fotos mais impressionantes da guerra | 2 Comentários »
Muitos jornais do mundo republicam as fotos que se tornaram as das mais impressionantes mostrando os horrores de uma guerra como a do Vietnã. O fotógrafo Huynh Cong “Nick” Ut, até hoje trabalhando na Associated Press, tirou as fabulosas fotos que mereceram o prêmio Pulitzer, o mais consagrador da imprensa internacional. Ele fotografou um grupo de crianças vietnamitas atingido pelos bombardeios incendiários de napalm dos norte-americanos, entre elas a jovem Phan Thi Kim Phuc que teve toda a sua roupa e pele queimadas. Ela, depois de um longo tratamento para restabelecer a sua fisionomia, mora hoje em Toronto no Canadá e dedica-se ao amparo das crianças vítimas da guerra.
As declarações de Kim Phuc são impressionantes, pois ela fugia correndo atrás do seu irmão e só se lembra de ter acordada no hospital cercada por enfermeiras. Passou por um longo tratamento, doloroso, e ficou anos fugindo da imagem da foto. Tinha consciência que ficaria desfigurada e hoje vive com o seu marido e dois filhos, guardando ainda em seus braços as marcas das queimaduras sofridas.
Phan Thi Kim Phuc fotografada no Vietnã, e com o filho e o marido ao fundo (1997). Fotos: AP
O fotografo levou a criança para o hospital. Continuou ao longo destes quarenta anos acompanhando a evolução desta criança, hoje mãe com 49 anos e fazendo um trabalho de grande significado para a paz, como embaixadora de Boa Vontade da ONU. Passou por momentos tenebrosos ao longo destas décadas, com as lembranças do seu período de guerra no Vietnã.
O fotógrafo estava chocado com o que acontecia com as crianças, mas teve o instante para a foto em preto e branco, para depois socorrê-la. Afirma que ele chorou quando a viu e se não a ajudasse e algo acontecesse a ela, ele se mataria. A foto, quando revelada, teve enfrentou dificuldades para ser publicada, pois se evitava o nu naquela época.
O tratamento dela foi feito inicialmente em Saigon, numa unidade norte-americana para feridos graves. Diariamente, ela era colocada numa banheira de água quente para restabelecer a sua pele, e a dor era imensa a ponto de desmaiá-la. Foi utilizada como a menina sem nome pelos vietnamitas, para propaganda de guerra. Acabou transferida depois para a Alemanha e de lá para Cuba.
Sofreu muitos enxertos de pele e, mesmo sabendo da foto, não tinha consciência da força da imagem. Conquistou a sua plena liberdade no Canadá, quando acabou sendo divulgada com a sua história até num livro, tendo sido recebida pela rainha Elizabeth II, até se tornar merecidamente embaixadora da ONU. O fotógrafo chama-a de filha, e a foto foi doada a ela pela Associated Press para ser utilizada para a paz.
História comovente,fatos como esse têm que ser mostrado para não ocorrem novamente,temos que nos indignarmos com a opressão covarde daqueles que não respeitam a vida.O caso mais resente de abuso aos direitos humanos está ocorrendo na Siria.
Caro Wagner Aguiar,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota