Saída Para a Crise Mundial
27 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de grandes autoridades, melhoria do comércio internacional, Project Syndicate
Os presidentes dos principais organismos financeiros internacionais, como o Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Asiático de Desenvolvimento, Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Islâmico de Desenvolvimento, publicaram em conjunto um artigo que pretende ser de peso por intermédio do Project Syndicate, procurando ajudar a Organização Mundial de Comércio a facilitar o comércio internacional. Eles afirmam que o mundo está no quarto ano de uma grande recessão, havendo sinais crescentes de protecionismo com os políticos tendendo a atitudes nacionalistas.
Robert B. Zoellick, Ahmad M. Al-Madani, Donald Kaberuka, Haruhiko Kuroda, Thomas Mirox e Luis A. Moreno são os autores deste artigo que tem o título “Como tornar o comércio mais fácil”. Eles entendem que um novo acordo da OMC – Organização Mundial de Comércio beneficiaria a todos, fortalecendo esta entidade e impulsionando o crescimento econômico mundial. Depois de uma década da Rodada Doha, que o Brasil vem defendendo sem sucesso, eles volta a retomar este caminho, sem apontar o porquê das dificuldades para tanto.
Robert B. Zoellick, Ahmad M. Al-Madani, Donald Kaberuka, Haruhiko Kuroda e Luis A. Moreno
Parece que existe um consenso que facilitar o caminho do comércio internacional seria uma ajuda para o mundo sair desta crise, mostrando que o protecionismo leva a dificuldades crescentes. Segundo um estudo do Banco Mundial, os gastos para um incremento do comércio seriam dos mais elevados.
Os autores citam exemplos específicos como dos países africanos reduzindo as corrupções e facilitando as ações das alfândegas mais livres. Algo semelhante também é citado para os casos entre países asiáticos. O Banco Mundial teria casos mostrando que com custos modestos de US$ 7 a 11 milhões já proporcionariam estes resultados. A OECD – Organização Econômica de Cooperação para o Desenvolvimento mostraria que os investimentos nesta direção proporcionariam resultados dez vezes maiores.
Eles explicitam que todos os bancos internacionais de desenvolvimento se mostram dispostos a financiar projetos nesta direção. Entendem que os entendimentos internacionais são possíveis, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, se os benefícios são partilhados por todos.
Não há dúvida que estas declarações são confortadoras, mas parece que há uma falta de um diagnóstico porque os diversos países são forçados a optarem por medidas protecionistas. Tudo indica que, a partir dos países chamados desenvolvidos, para ativarem suas economias acabam adotando medidas de expansão dos seus meios de pagamento, o que não é possível para os emergentes e em desenvolvimentos que não possuem moedas de aceitação internacional.
Acabam recorrendo a medidas protecionistas para manter suas atividades de uma concorrência predatória, por falta de alternativa e como medidas de emergência, ainda que saibam que elas são danosas a prazo mais longo.
Muitas discussões foram travadas desde a Rodada Doha, mas não se conseguiu um equilíbrio das vantagens para os que chegaram mais tarde no cenário internacional. Agora que o mundo desenvolvido está estagnado ou em depressão, e os emergentes apresentam maior dinamismo, sugerem-se seus mercados sejam abertos para facilitar as exportações dos industrializados.
Na realidade, a receita é aceitável para todos, mas na prática não se consegue que haja controle adequado dos fluxos financeiros internacionais, que acabam valorizando os câmbios dos emergentes, com efeitos maiores que os relacionados às medidas alfandegárias.
Não tendo mencionando este problema parece que o artigo fica enfraquecido no seu poder de convencimento, infelizmente.